IPCA: ActionAid comenta impacto da inflação na mesa de grupos vulneráveis
A alta da inflação segue motivo de grande alerta para a população brasileira, especialmente em relação aos impactos na alimentação de grupos mais vulneráveis. Na quarta-feira (11/05), o IBGE anunciou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, teve sua maior variação para o período de 1 ano desde outubro de 2003 (13,98%). O índice ficou em 1,06% em abril, apresentando a maior variação para o mês de abril em 26 anos.
Francisco Menezes, analista de Políticas e Programas da ActionAid no Brasil, comenta:
A renda da população mais pobre caiu, o auxílio do governo não é suficiente para quem o recebe, e isso combinado com a elevação dos preços dos alimentos gera situação dramática para a vida das pessoas, agravando ainda mais o quadro da fome no país.
O economista alerta também para a piora na qualidade dos alimentos consumidos pelas famílias e o comprometimento na saúde de crianças, especialmente.
Com a alta dos preços, a população mais vulnerável não deixa simplesmente de comer, e procura o que tem de mais barato para evitar a sensação de fome. Isso significa piora crescente na qualidade da alimentação dessas pessoas. As repercussões são agravamento do sobrepeso e da obesidade nessas camadas sociais e um comprometimento grave da condição nutricional de crianças numa faixa de idade em que comer adequadamente é decisivo para o desenvolvimento físico e cognitivo.
Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta no IPCA em abril. O setor de Alimentação e Bebidas apresenta a maior variação (2,06%) e o maior impacto, resultado que decorre principalmente da alta observada nos preços dos alimentos para consumo no domicílio (2,59%). Houve alta de mais de 10% no leite longa vida e em outros importantes itens da cesta básica, como a batata-inglesa (18,28%), o tomate (10,18%), o óleo de soja (8,24%), o pão francês (4,52%) e as carnes (1,02%).
Na alimentação fora do domicílio (0,62%), a refeição subiu 0,42%, após registrar alta de 0,60% em março. Já o lanche acelerou em abril, com alta de 0,98% frente ao 0,76% observado no mês anterior.
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ActionAid no combate à fome
Além do trabalho de longo prazo para fortalecimento da segurança alimentar e da agricultura familiar no país, a ActionAid vem respondendo aos impactos sociais da pandemia em conjunto com organizações parceiras que trabalham para alcançar as comunidades mais vulneráveis. Só no primeiro ano da pandemia, a ActionAid apoiou a distribuição de mais de 57 mil cestas de alimentos em 12 estados. Grande parte dessas cestas foram provenientes da agroecologia, com alimentos seguros e saudáveis comprados diretamente dos produtores. Mais informações estão disponíveis no site.
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