ActionAid clama: líderes mundiais devem defender cumprimento do Direito Internacional Humanitário
Famílias que correm risco de morte pelas ruas no Sul de Gaza dizem que pretendem voltar para suas casas ao Norte, mesmo com as ordens de evacuação
A ActionAid clama para que líderes mundiais defendam o cumprimento do Direito Internacional Humanitário (DIH), conjunto de normas que tem por objetivo proteger a população civil dos efeitos causados pela violência indiscriminada. É preciso, também, dar prioridade aos direitos e às necessidades das mulheres e crianças, que correspondem a 70% da população palestina assassinada nos últimos 10 dias. Atualmente, 5,5 mil mulheres estão prestes a dar à luz em Gaza. Elas precisam de água, alimentos e eletricidade. O momento para ação é agora.
A organização reafirma sua solidariedade a todos os civis inocentes que tiveram suas vidas interrompidas e abaladas devido à escalada da violência em Gaza, na Cisjordânia e em Israel. Mais de 500 pessoas foram assassinadas na noite de terça-feira (17) no Hospital Al Ahli Arab, em Gaza. No mesmo dia, outro bombardeio indiscriminado matou mais seis numa escola. Outra localidade importante para a vida dos civis, que servia de base de alimentação e refúgio para centenas de palestinos ao Sul, também foi alvo de ataques.
Há anos, a ActionAid atua no território ocupado da Palestina. A organização presta apoio humanitário às pessoas que têm acesso restrito a serviços básicos e seus direitos humanos violados. Com o crescimento hiperbólico da violência e a ofensiva militar cada vez mais arbitrária, a vida de milhões segue ameaçada, particularmente a de mulheres e meninas. Por isso, a ActionAid clama pela criação de um corredor humanitário, onde seja possível prestar solidariedade.
Wisam Shweiki, diretor de Programas da ActionAid Palestina, explica que os ataques vêm fazendo os palestinos voltarem para o Norte, mesmo com as ordens de evacuação daquela localidade:
“Falamos com pessoas que seguiram as ordens de evacuação e que estão dormindo pelas ruas no Sul de Gaza. Eles decidiram voltar para o Norte, pois preferem morrer com dignidade em casa, e não pela rua. É uma situação horrível. Qualquer pessoa que tenta se deslocar ao Sul ou ao Norte de Gaza corre o risco de ser bombardeada. Nenhum lugar é seguro. Estamos trabalhando com parceiros locais que estão fazendo o melhor que podem para fornecer comida e outros itens para as famílias que podem ser alcançadas nos abrigos. Mas o acesso aos suprimentos é limitado, e o transporte para os abrigos é perigoso até para quem está prestando esse trabalho. Não podemos perder a esperança, então, estamos fazendo tudo que é possível”.
Adham Yaghi, jovem ativista que está em Gaza, diz:
“Em Gaza, os mortos ficam sob os escombros. Com os bombardeios contínuos, as equipes de emergência não conseguem removê-los. As pessoas fugiram das suas casas para as escolas. Dormem sem cobertores, sem travesseiros, sem água, sem comida. Pessoas vão morrer por causa dos bombardeios, da sede, do medo ou do terror. Mas a esperança nunca morrerá. Quero dizer aos meus amigos e familiares que não consigo entrar em contato, que ainda estou vivo. Não entendo como o mundo não tenta impedir todos esses crimes.”
A Associação Comunitária e de Saúde Al Awda, organização parceira da ActionAid em Gaza, afirma:
“Continuaremos a cumprir nossa missão humanitária, apesar de todas as ameaças. O sistema de saúde em Gaza está perto de dar o seu último suspiro, pois faltam combustível para operar geradores elétricos, camas para os feridos e material médico.”
Para mais informações: assessoria.imprensa@actionaid.org
Porta-vozes disponíveis mediante solicitação:
O Diretor da ActionAid Palestina, Nadim Zaghloul; o Chefe de Programas da ActionAid Palestina, Wisam Shweiki; e a Gerente de País da ActionAid Espanha que atua no território ocupado da Palestina, Gemma Guillen, estão disponíveis para entrevistas mediante solicitação.
Sobre a ActionAid
A ActionAid é uma federação global que trabalha com mais de 41 milhões de pessoas que vivem em mais de 71 dos países mais pobres do mundo. Queremos ver um mundo justo, equitativo e sustentável, no qual todos desfrutem do direito a uma vida com dignidade e livre da pobreza e da opressão. Trabalhamos para alcançar justiça social, igualdade de gênero e erradicação da pobreza.