Cessar-fogo em Gaza deve ser prioridade para os líderes globais reunidos em Paris, afirma a ActionAid
8 de novembro de 2023
Os líderes mundiais e representantes de organizações internacionais que estarão reunidos em conferência humanitária em Paris nesta quinta-feira (9/11) devem, além de prometer financiamento para a ajuda humanitária em Gaza, apelar a um cessar-fogo imediato. É o que afirma a ActionAid.
Embora a conferência global, liderada pela França, pressione de forma justa pela ajuda humanitária em Gaza, essa iniciativa apenas não é suficiente para interromper a escalada da crise que já deixa 10 mil mortos. Para a ActionAid, a pressão por um cessar-fogo que permita a chegada da ajuda humanitária e médica de forma segura e adequada em Gaza deve ser prioridade. O pouco apoio que pôde ser enviado não foi suficiente para as mais de duas milhões de pessoas que estão em desespero.
“As pessoas em Gaza vivem com medo e provavelmente morrerão de fome, sem comida e água, se não houver um cessar-fogo em vigor. A ajuda que vem sendo permitida é uma gota no oceano. Com a grave escassez de água, o risco de doenças aumenta a cada minuto”, afirma Riham Jafari, Coordenadora de Advocacy e Comunicação da ActionAid na Palestina.
Com serviços essenciais em risco ou paralisados pela falta de combustível e pelos bombardeios israelenses indiscriminados, a organização internacional teme que a situação humanitária se torne ainda mais grave. Desde 7 de outubro, início dos bombardeios, não foi permitida a entrada de combustível na região, deixando em risco a distribuição de água, a manutenção de hospitais e de padarias. O Hospital Al Awda, por exemplo, parceiro da ActionAid e principal provedor de serviços de maternidade no norte da Faixa de Gaza, alertou que deve parar em poucas horas.
“Em meio aos bombardeios e sem combustível, 16 hospitais e 34 centros de saúde em Gaza foram forçados a fechar as portas. Não devemos apenas garantir um corredor humanitário para a entrega de alimentos, de água e de suprimentos médicos. O fornecimento de combustível é, agora, uma prioridade para salvar as vidas de bebês e de civis feridos”, reforça Riham Jafari.
Até o momento, mais de 10 mil pessoas foram mortas nos bombardeios. Destes, mais de 4 mil são crianças e mais de 3 mil são mulheres. Assim, Mehdi Achour, diretor da ActionAid na França, afirma:
“Apelamos à responsabilidade partilhada e aos compromissos da comunidade internacional para proteger as populações civis e para apelar a um cessar-fogo imediato na Conferência em Paris. A França, juntamente com outros Estados-membros da UE, deveria apelar com coragem para um cessar-fogo imediato nesta conferência, bem como na reunião do Conselho dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, na segunda-feira, e tomar medidas urgentes e proativas contra a impunidade, responsabilizando aqueles que violam o direito internacional”.
Especialistas da ONU denunciaram, nas últimas semanas, os bombardeios contra hospitais e escolas, qualificando-os como crimes contra a humanidade, e vêm exigindo por um cessar-fogo para evitar o genocídio.
Os participantes esperados na conferência de quinta-feira são líderes europeus e de outros países, entre eles a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, G20 Minus One, Noruega, Suíça, Canadá e Grupo Árabe. Instituições internacionais como a ONU e o CICV também terão representação.
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