Fome, doenças e falta de combustível em Gaza: Hospital parceiro da ActionAid que corre risco de parar faz apelo urgente
7 de novembro de 2023
O hospital Al-Awda, parceiro da ActionAid no norte de Gaza, alertou que corre o risco de encerrar completamente suas operações até a noite desta quarta-feira (8/11), à medida que os estoques de combustível estão se esgotando. O hospital fez um apelo urgente à comunidade internacional para intervir em prol da continuidade dos cuidados a 60 pacientes, alguns dos quais estarão em grave perigo quando o combustível acabar.
Além de fornecer serviços especializados e de emergência, o Hospital Al-Awda é o principal e único provedor de serviços de maternidade na área norte da Faixa de Gaza. Desde 7 de outubro, a unidade de saúde prestou serviços a mais de 3.360 pessoas, incluindo o tratamento de 1.572 pacientes feridos e o nascimento de 219 bebês. Atualmente, cerca de 80% dos pacientes no Hospital Al-Awda são mulheres e crianças. Dezesseis hospitais e 34 centros de saúde em Gaza já fecharam suas operações devido aos bombardeios israelenses e à falta de energia.
“Este é um apelo urgente. Temos cerca de 60 pacientes. Alguns deles estão em estado grave e, outros, moderado. Pedimos a cada pessoa, instituição, ajuda humanitária e agências da ONU para apoiar o Hospital Al-Awda com combustível. Vamos fechar muito em breve se não tivermos capacidade suficiente de combustível para operar”, afirma Haneen Wishah, coordenadora de comunicação do Hospital Al-Awda, que complementa:
“Oitenta por cento dos pacientes no hospital são mulheres e crianças. Já estamos praticamente sem logística para atendê-las. Por favor, levem adiante a nossa voz, apoiem o Hospital Al-Awda e garantam combustível para que possamos continuar o nosso funcionamento”.
Riham Jafari, Coordenadora de Advocacy e Comunicação da ActionAid na Palestina, relata:
“Nas últimas semanas, o mundo tem testemunhado a dedicação de médicos e enfermeiros de Gaza, que continuam o salvamento de vidas em meio a bombardeios constantes. No entanto, com o iminente fechamento do Hospital Al-Awda, esse trabalho incansável está em jogo”.
“Dos 476 caminhões de ajuda e suprimentos destinados a Gaza, mesmo após quase um mês de bombardeios incessantes, não chegou nem uma gota de combustível devido às restrições do governo israelense. Com inúmeras vidas em risco, especialmente nos hospitais como o Al-Awda, a manutenção dessas instalações depende da chegada de caminhões com combustível. Sem a ressoante voz da comunidade internacional exigindo ação urgente antes que o tempo se esgote, esses pacientes podem sair do hospital não no caminho para a recuperação, mas em sacos de cadáveres”.
ActionAid adverte sobre esgotamento de alimentos e água
Meio milhão de pessoas no norte da Faixa de Gaza enfrentam graves carências nutricionais e o aumento de doenças com risco de vida devido à aguda escassez de alimentos e água. À medida que o número de mortos na região atingiu a marca de 10.000 pessoas, a ActionAid adverte que o esgotamento quase total dos suprimentos de alimentos e água está colocando ainda mais em perigo a vida daqueles que sobrevivem a quase um mês de intensos bombardeios.
“Após um mês, mais de meio milhão de pessoas estão presas no norte da Faixa de Gaza, sobrevivendo aos bombardeios e enfrentando a ameaça da morte por inanição, à medida que os estoques de alimentos ficam perigosamente baixos. A ajuda continua a chegar em Gaza, mas mesmo as pequenas quantidades de alimentos e água que conseguem atravessar a fronteira mal podem ser transportadas para o norte por causa da situação das estradas destruídas devido aos bombardeios”, afirma Riham Jafari, da ActionAid na Palestina.
“Os casos de desidratação e desnutrição estão aumentando rapidamente. Os hospitais, que estão superlotados há semanas, não podem oferecer conforto àqueles à beira da inanição, já que os suprimentos médicos estão escassos, o combustível também é escasso e as bombas são lançadas indiscriminadamente em toda a Gaza, inclusive nas proximidades dos hospitais.”
Riham: “À medida que os alimentos e a água começam a se esgotar completamente, as mães estão lutando para alimentar e cuidar de suas famílias, aumentando significativamente os riscos de desnutrição, doenças e morte. As mortes de crianças por desidratação – com os bebês particularmente em risco de doenças como a diarreia – representam uma ameaça crescente.”
Para mais informações, imagens e solicitações de entrevistas: assessoria.imprensa@actionaid.org
Riham Jafari, Coordenadora de Advocacy e Comunicação da ActionAid na Palestina, está disponível como porta-voz.
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