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Walk for Survival ultrapassa 70 mil km percorridos por um mundo mais justo pós-Covid
Walk for Survival ultrapassa 70 mil km percorridos por um mundo mais justo pós-Covid
Durante os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres – mobilização global liderada pela ONU Mulheres – a ActionAid deu a partida na campanha Walk for Survival: Marcha Global por Mudanças. Com seus passos somados, caminhantes de 55 países diferentes, ultrapassaram a meta de 40 mil km, em uma volta ao mundo coletiva. A contagem foi feita em uma plataforma online, onde quase 1 mil pessoas se cadastraram para participar da ação. Juntas, somaram mais de 71 mil km, quase duas voltas completas na circunferência terrestre, e também enviaram mensagens nas mídias sociais demandando mais justiça social, igualdade de gênero e proteção ambiental.
Com a iniciativa, a ActionAid deseja chamar a atenção do mundo para problemas agravados pela pandemia do novo coronavírus. Pessoas de diversas idades e de vários cantos do planeta se cadastraram pelo site e inseriram as distâncias percorridas. O objetivo da campanha é somar todas essas pequenas caminhadas e corridas em prol das causas defendidas, e alertar os líderes nacionais e mundiais que milhões de famílias estão sem acesso a renda, saúde pública e alimentação, e evidenciar como a crise tem afetado as mulheres e o meio ambiente. A mobilização gerada com a marcha será de grande apoio para pressionar reuniões de líderes globais em 2021.
Até os mais singelos passos, percorridos dentro de casa durante a quarentena, fizeram a diferença na busca por um mundo mais justo e sustentável. Aqui no Brasil, usamos a hashtag #CadaPassoConta, no Instagram, e contamos com a participação de influenciadoras e influenciadores digitais como @mari_graciolli, @euescolhicorrer, @francocaio, @ironmanbrasil, @jojoca e @liviasalves. Engajamento foi palavra de ordem: lançamos um filtro para estimular nossos seguidores a compartilharem seus passos e a desafiarem os amigos.
Nossas parceiras do Centro das Mulheres do Cabo, em Pernambuco, também tiveram um papel fundamental na Marcha Global por Mudanças no Brasil. De 20 de novembro a 10 de dezembro, elas percorreram um total de 559 quilômetros, realizando ações de enfrentamento à violência de gênero. Eram mulheres de idades e coletivos variados, que andaram por cidades como Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Escada, Jaboatão dos Guararapes, Ribeirão, Água Preta, Rio Formoso, Joaquim Nabuco, Catende e Palmares.
Na Etiópia, a campanha contou com o engajamento do maratonista Haile Gebrselassie – um dos maiores corredores de longa distância da história – que fez vídeos convocando para a campanha nas redes sociais. Em Gana, a ActionAid mobilizou celebridades, movimentos de mulheres urbanos e rurais, além de sindicatos. Dentro da campanha pelos 16 Dias de Ativismo, a organização lançou, ainda, uma música que discute o assédio sexual.
Em vários pontos do Haiti, houve caminhadas e atividades em comemoração ao Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher. As mulheres marcharam com cartazes, denunciando os riscos de violência de gênero, insegurança e impunidade.
No Nepal, a ActionAid aproveitou a Maratona em Nepalgunj para mobilizar 25 atletas homens e 12 atletas mulheres, além de 25 representantes de setores corporativos que participaram das três categorias – maratona completa, meia maratona e caminhada. Por fim, contribuíram com mais de 1,3 mil km na contagem total.
A quilometragem percorrida pela França foi, também, bastante expressiva: mais de 5 mil km. Foram registrados os passos dados em território francês pela Jai Jagat – campanha internacional por paz e justiça que inclui uma caminhada de Nova Délhi, na Índia, à sede das Nações Unidas, em Genebra, na Suíça.
Essa volta ao mundo amplificou temas urgentes, agravados pelos impactos socioeconômicos que vêm na esteira da pandemia. O desemprego das mulheres ou a impossibilidade de trabalhar por serem maioria no mercado informal, a sobrecarga de trabalho de cuidado e a falta de acesso a serviços públicos são alguns dos sintomas de um mal que a Covid-19 deixou mais evidente, mas que têm causas muito mais profundas.
Uma pesquisa inédita realizada em agosto pela ActionAid, por exemplo, revela que um terço das mulheres jovens de países em desenvolvimento perderam os seus empregos e renda por conta da pandemia. A pesquisa, que consultou mais 1.200 mulheres de países como a Índia, Gana, Quênia e África do Sul, mostra que 58% das mulheres se tornaram mais vulneráveis à violência durante o confinamento.
No Brasil, em março e abril de 2020, houve um aumento de 22% no feminicídio em relação ao ano passado, de acordo com dados coletados por agências de segurança, conforme aponta outro relatório da ActionAid: “Sobrevivendo à Covid-19: por uma resposta voltada para mulheres”.
A ActionAid também acompanha de perto a implementação dos objetivos de desenvolvimento sustentável de combate à pobreza (ODS 1), promoção da segurança alimentar e agricultura sustentável (ODS 2) e combate às alterações climáticas (ODS 13). Além disso, defende o investimento em alternativas verdes para mitigar mudanças climáticas e uma redistribuição mais justa da terra, da água, das florestas e da biodiversidade, para aumentar o acesso e o manejo desses bens por grupos historicamente excluídos.
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