Notícias
Acesso justo a vacina em todo o planeta é urgente para superarmos a crise da Covid-19, reforça ActionAid
Acesso justo a vacina em todo o planeta é urgente para superarmos a crise da Covid-19, reforça ActionAid
De todas as doses de vacina contra a Covid-19 que devem ser produzidas em 2021, 70% já foram vendidas para países ricos. O ano de 2021 está só começando, e, por isso, a ActionAid destaca: é preciso que empresas farmacêuticas foquem forças na criação de um imunizante genérico de baixo custo que chegue a todos os cantos do planeta. Sem bloqueios de patentes.
No dia 10 de fevereiro, a Organização Mundial de Saúde e o UNICEF afirmaram conjuntamente que “na batalha da vacina, ou ganhamos juntos ou perdemos juntos”. A secretária-geral da ActionAid, Julia Sánchez, endossa essa afirmativa:
Os países ricos que estocam vacinas não impedirão o coronavírus, pois essa pandemia não respeita fronteiras. A OMS e o UNICEF apontaram acertadamente que o fornecimento é um grande obstáculo para proteger trabalhadores da saúde e grupos vulneráveis do mundo. Mas as patentes farmacêuticas estão impedindo os fabricantes de produzir versões genéricas da vacina em velocidade e escala. Dinheiro e lucro não devem determinar quem tem acesso aos serviços de saúde.
A ActionAid clama que países ricos e empresas farmacêuticas parem de bloquear vacinas genéricas e, assim, atender às necessidades imediatas em todo o Sul Global. No Brasil, a organização internacional atua há mais de 20 anos no enfrentamento à pobreza, por justiça social e igualdade de gênero e, desde o início da pandemia, vem direcionando esforços para dar respostas humanitárias aos impactos do vírus e para manutenção do trabalho de longo prazo. O país contabiliza mais de 8,5 milhões de casos de Covid-19 e ocupa a terceira posição no ranking mundial, sendo urgente o alcance da vacina a todo o território nacional para que as comunidades em vulnerabilidade possam se fortalecer com o retorno seguro às atividades econômicas e para que as crianças e educadores voltem às escolas.
Outros dois países que estão entre os mais afetados no Sul Global, África do Sul e Índia, pediram à Organização Mundial do Comércio que renunciasse a certos direitos de propriedade intelectual dadas as atuais circunstâncias. Os Estados Unidos, a União Europeia, o Japão, o Canadá e a Suíça estão entre os maiores oponentes da isenção proposta. Julia Sánchez destaca:
Durante a pandemia de HIV, a ActionAid viu em primeira mão como as regras de propriedade intelectual e outras barreiras limitaram artificialmente os suprimentos de tratamento e aumentaram os preços, resultando em milhões de mortes desnecessárias. Não devemos permitir que a história se repita.
A ActionAid está apoiando apelos por uma vacina disponível e gratuita para todos e todas, em todos os países. Mulheres e grupos vulneráveis devem ser priorizados em qualquer implantação de vacina. As mulheres estão na linha de frente da luta contra a Covid-19, constituindo até 70% da força de trabalho global em saúde. Elas carregam a maior parte da responsabilidade do trabalho de cuidado adicional e da educação em casa desde a chegada da pandemia.
Na África, uma proporção significativa da população nem mesmo será vacinada até 2024. Uma pesquisa recente da ActionAid mostrou que, após anos de subinvestimento sistemático, apenas 15% dos países de baixa renda têm sistemas de saúde que atendem aos padrões mínimos da OMS. Dois terços desses países estão gastando mais com o pagamento do serviço da dívida do que com saúde pública.
Os países ricos colonizaram, extraíram, exigiram o reembolso de empréstimos insustentáveis de países de baixa renda – e agora estão acumulando vacinas que salvam vidas.
Escolha os sites das outras sedes pelo mundo.