Mão na Massa: Sementes da paixão ganham espaço nas hortas dos participantes
Os doadores que participaram do Mão na Massa 2019, na Paraíba, tiveram a oportunidade de levar para suas casas sementes nativas do semiárido e mudas variadas. Eles cuidaram desses presentes com tanto carinho que, dois meses depois, as plantas já estão crescendo saudáveis em suas hortas. É o que mostra, orgulhoso, José Augusto de Oliveira, que plantou feijões na horta compartilhada do condomínio onde mora, em Brasília, e também em seu sítio em Minas Gerais.
Já é o meu segundo Mão na Massa e, dessa vez, uma das coisas que mais me chamou atenção foi a forma como os moradores preservam e distribuem as sementes nativas da região, chamadas por lá de sementes da paixão. Além do propósito principal da viagem, que era finalizar a cisterna, esse trabalho me deixou muito encantado.
Ele conta que está animado para aumentar o pequeno banco de sementes que está montando, a fim de perpetuar o cultivo sem modificação genética e utilização de agrotóxicos.
Quero também preservar plantas que meus pais e avós plantavam e que hoje dificilmente encontramos. É uma forma de voltar um pouco no tempo e de contribuir para a autonomia alimentar. Eu também me preocupo com isso.
Você sabe o que é agroecologia? A gente explica
Também em Brasília, Regina de Mendonça já plantou as sementes de algodão e as mudas de capim-santo e de citronela. Feliz em ter aprendido mais sobre agroecologia, ela também procura aumentar o consumo de alimentos sem agrotóxicos.
Na volta para casa, eu tinha tanta coisa que fiquei até com medo de ser barrada no aeroporto. Foi bom poder trazer sementes não-transgênicas e aumentar minha horta. O capim-santo e a citronela já estão crescendo e eu estou ansiosa para ver o algodão.
Já no interior de São Paulo, Marciana Lopes cumpriu a promessa de mandar a foto da folha de palma já plantada em seu sítio.
Os bancos de sementes visitados pelos doadores durante o Mão na Massa são geridos pelas comunidades com apoio da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia e da ActionAid, e têm como um dos principais objetivos evitar que espécies nativas da região desapareçam e fortalecer a soberania alimentar na região.
Com a formação de um banco de sementes, os agricultores obtêm meios adequados de estoque e podem fazer trocas para diversificar os alimentos produzidos, além de aumentar sua produção. Assim, propagam essa forma segura de cultivo e conservam o patrimônio da sociobiodiversidade local.