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Projeto Meninas em Movimento promove oficinas de digital influencer para adolescentes amplificarem direitos das mulheres
Projeto Meninas em Movimento promove oficinas de digital influencer para adolescentes amplificarem direitos das mulheres
Texto e fotos: Aline Vieira Costa
Aprender a amplificar a voz para o mundo e a defender os próprios direitos é a tarefa atual de cerca de 120 adolescentes que participam de oficinas de Digital Influencer promovidas pelo projeto Meninas em Movimento. O objetivo do curso é preparar as meninas para a abordagem sobre a prevenção à violência sexual contra crianças e adolescentes, utilizando ferramentas de internet com linguagem jovem, por meio de redes como YouTube, Facebook e Instagram.
A ação é realizada pela ActionAid, com a parceria das organizações locais Casa da Mulher do Nordeste, Centro das Mulheres do Cabo e Etapas, com patrocínio da Petrobras e do Governo Federal, por meio do Programa Petrobras Socioambiental. As oficinas são direcionadas às adolescentes do Meninas em Movimento, que moram em um dos sete territórios pernambucanos onde o projeto atua, e conta com novas participantes: integrantes de fóruns de juventude locais.
Uma das dimensões do projeto é justamente promover esse tipo de aproximação e articulação. Todas elas participam de um total de oito oficinas, que perfazem uma carga horária de 40 horas de conteúdo, o qual é repassado por meio de aulas expositivas, vídeos e dinâmicas, com o apoio de ferramentas como computador, projetor, celular e textos impressos.
No território do Ibura, a editora de vídeo Laís Rilda, que ministrou a oficina, fez, inicialmente, uma apresentação básica do Youtube, plataforma escolhida. O plano de curso contempla noções de roteiro e edição de vídeo; adequação de linguagem e modelo de acordo com os seguidores; apresentação de programas e aplicativos de captação de áudio/vídeo. O curso ainda abarca planejamento, gravação e apresentação de campanha; acessibilidade e a importância do “making of”, do título e de hashtags e legenda/descrição do conteúdo.
Segundo Laís, as oficinas propõem que as meninas pensem nas etapas de trabalho.
“O digital influencer está majoritariamente dentro de uma rede social específica produzindo vídeo, e é isso que elas consomem. Busco, então, fazer com que passem por todo o processo”, explica ela, referindo-se ao passo a passo desde a concepção à edição.
“No último encontro, abordamos o que é importante na publicação do vídeo”, complementa Laís, que é coordenadora de redes sociais e cofundadora do Obirin, um coletivo negro de comunicação. A proposta é que, ao fim, elas gravem vídeos para a campanha Todas Juntas Vencem, de enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes.
Lara Gabrielly, 13 anos, moradora do Ibura, é uma das meninas que estão aprendendo como editar vídeos.
“Descobri várias outras formas de usar o aplicativo, como aproximar a tela, dividir em duas partes, colocar efeitos sonoros e trilhas. Essa experiência vai ajudar na divulgação da campanha, nos meus estudos e na minha própria vida, a perder a timidez com pessoas novas”.
Conta ela, que quer ser dançarina e se inspira na artista Renata Schneider, digital influencer com quase 3 milhões de seguidores.
O aprendizado está sendo importante, tanto dentro como fora do projeto, para Nathacia Natali, 12 anos, também do Ibura. Ela ainda se acha tímida, mas já revelou que, além de ginasta, quer ser digital influencer para amplificar vozes femininas:
“Pretendo ajudar a falar sobre os direitos das mulheres, pois muitas não conhecem seus próprios direitos e ficam com medo de falar e de estarem erradas, mas não estão”.
A educadora Suzana Santos, responsável pelo ciclo de formação no Ibura, por meio da Etapas, explica que a lógica da viabilização desse curso é fazer com que as meninas percebam a comunicação como uma ferramenta em prol do ativismo.
“Ao passo em que o mundo virtual exige cautela, percebemos, ainda, sobretudo durante a pandemia, o poder que a internet tem de ampliar o alcance dos debates. Com as nossas pautas não seria diferente. Os processos vivenciados até aqui permearam a formação sociopolítica, passando pelo estímulo à fala pública até a multiplicação de conhecimento, em que as meninas terão a oportunidade de serem protagonistas”.
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