Quebrando o ciclo de violência contra as mulheres na Nigéria
Sabemos que as mulheres são as que mais sofrem com a pobreza e a desigualdade. Por isso, elas estão no centro do nosso trabalho. Na Nigéria, um dos nossos focos de atuação é a prevenção da violência contra as mulheres e a defesa de seus direitos. Por isso, realizamos treinamentos de assessoria jurídica para que elas saibam o que fazer em casos de abuso e violência em suas comunidades.
Hauwa Salami participou deste treinamento e logo se mostrou uma liderança em sua comunidade. Além de discutir a violência contra as mulheres e a importância das crianças frequentarem a escola, ela chamou atenção para as práticas nocivas que a tradição impõe às viúvas nas comunidades.
Em regiões rurais da Nigéria, a tradição diz que uma mulher que fica viúva deve permanecer em casa por 11 meses de luto obrigatório. Durante esse período, elas são proibidas de cuidar de seus filhos, que são levados de sua casa, e não podem trabalhar ou receber ajuda financeira de familiares. Além disso, as mulheres não podem herdar nenhuma propriedade do seu marido. Elas ainda são obrigadas a preparar uma refeição para toda a comunidade no fim do luto, o que as deixa ainda mais endividadas.
Antes do treinamento, nunca imaginei que eu poderia convencer os líderes da minha comunidade a mudar as coisas. Mais de cinco mulheres que perderam seus maridos desde que a lei foi atualizada cumpriram apenas três meses de luto. As mulheres da minha comunidade agora conversam comigo sobre seus problemas e eu as aconselho sobre o que fazer.
Hoje, o período de tempo que as mulheres têm que aderir ao luto público diminuiu de onze para três meses. Hauwa ainda conseguiu outras mudanças significativas. Agora as viúvas podem cuidar dos seus filhos e trabalhar, garantindo renda e alimentação para sua família.
Meu nome é Charity Reuben. Perdi meu marido há quatro meses. Antes das mudanças nas regras do período de luto, as viúvas tinham que ficar 11 meses em casa. Sem seus filhos, sem poder trabalhar ou usar roupas limpas. As novas práticas diminuíram o nosso sofrimento. Sou muito agradecida à ActionAid e aos líderes da minha comunidade. Meus filhos ainda estão comigo e ninguém veio tirar minha casa e o que meu marido deixou para a nossa família.
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