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No clima da Copa do Mundo 2022, conheça como o futebol une os moradores de uma comunidade pernambucana atendida pela ActionAid
No clima da Copa do Mundo 2022, conheça como o futebol une os moradores de uma comunidade pernambucana atendida pela ActionAid
Para José Jorge, de 44 anos, a paixão por futebol não foi a única coisa dividida com o padrasto. Ele também herdou o Flamenguinho Futebol Clube, time de futebol amador que já existe há 35 anos, na comunidade Ponte dos Carvalhos, em Cabo de Santo Agostinho, distrito do litoral sul de Pernambuco. “Eu era jogador quando meu padrasto faleceu e não quis deixar o time acabar, toquei até hoje.”, conta ele, que vem fortalecendo o papel social do time desde que assumiu a direção.
Mais do que apenas um espaço para a prática de esportes e confraternizações no fim de semana, o Flamenguinho se tornou um ponto de encontro e de união da comunidade. Segundo José:
“Tem pessoas da comunidade que me procuram quando a esposa engravida para fazer a pelada da fralda. A gente organiza espaço, faz recepção, arrecada fralda, alimentos. O rapaz tem um espetinho ali, fez um bingo, a gente já bota o Flamenguinho, vende cartela para ajudar, para aumentar o comércio dele.”
Durante a pandemia de Covid-19, os jogos do time ajudaram a arrecadar alimentos para serem distribuídos entre a comunidade e conseguiram ajudar até outras organizações de Recife. Para José, que tem no futebol uma paixão e tradição de família, é importante que o time desempenhe também esse papel social.
“A gente já tirou criança de violência. Ela estava se envolvendo com coisas erradas, eu cheguei e disse: ‘se ficar assim, não joga mais no meu time’. Hoje, são todas pais de família, graças ao time.”
A região de atuação do Flamenguinho foi uma das fortemente atingidas pelas chuvas que assolaram Pernambuco em junho desse ano. O salário de José passou a ser fracionado e ele e a esposa, Arilene, de 46 anos, tiveram que contar com auxílios do governo e cestas básicas entregues pela ActionAid. A ação de emergência aconteceu em parceria com o Centro das Mulheres do Cabo, organização que atua desde 1984 na defesa de direitos e no empoderamento feminino.
A maior dificuldade de Arilene e José é manter as contas em dia, enquanto reconstroem o que foi perdido, e nesse ponto as cestas da ActionAid ajudam a garantir as refeições diárias enquanto a família se reestabelece.
“Meu medo é que eu não consiga fazer nada disso. Toda mãe, mulher, sonha em ter suas coisas organizadas, ter sua vida, sua família organizada, e realmente agora eu não estou com isso, o que tem me machucado, me deixado para baixo. Mas esse é o meu medo. E nem sempre as pessoas entendem. Se digo a alguém a quem estou devendo que este mês não deu, a pessoa não quer saber”.
Arilene aponta também o peso dobrado que as mulheres carregam diante de situações de emergência como essas.
“Acho que, hoje, por mais que digam que direitos são iguais, ainda não são. Ainda existe aquela indiferença muito grande por ser mulher: ela tem que ganhar menos, ter um lugar mais reservado, lá no canto, e não tem que aparecer tanto. Acho que mulher ainda não alcançou o lugar dela de certo”.
É este cenário que organizações como o Centro das Mulheres do Cabo e a ActionAid buscam mudar através de projetos de longo prazo – além das atuações de resposta a emergências – mas esses projetos só acontecem com a sua doação. Conheça aqui essas e outras histórias que puderam ter um novo rumo graças aos nossos doadores.
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