Rompendo tabus para manter meninas na escola na África do Sul
As meninas que vivem em regiões pobres e rurais da África do Sul têm dificuldade de acesso a produtos de higiene pessoal apropriados, o que obriga muitas delas a não sair de casa durante o período menstrual. Estima-se que 7 milhões de meninas entre 13 e 19 anos de idade percam até uma semana de escola todos os meses no país por conta da falta de absorventes.
Além do custo alto dos absorventes higiênicos, os tabus que ainda cercam a menstruação também impedem as meninas de frequentar as aulas, levando muitas delas a abandonarem completamente os estudos, atrapalhando seu desenvolvimento e sua autoestima.
Para combater esse problema, a ActionAid lançou uma campanha em parceria com organizações locais para arrecadar fundos para a distribuição de absorventes higiênicos para adolescentes nas escolas secundárias do distrito de Mokopane.
Além disso, a ActionAid criou Clubes de Meninas nas escolas, onde as alunas estão aprendendo a lidar com o período menstrual de forma saudável, além de conhecerem melhor seus direitos.
Mamma tem 19 anos e estuda na escola secundária de Madikwe, em Mapela, que conta com um dos nossos Clubes e fez parte da ação.
Eu gostaria muito de agradecer por esse presente que me deram. Já é muito difícil para minha família conseguir roupas para o inverno, então não tem sido fácil conseguir produtos de higiene pessoal, como absorventes. Na maioria das vezes, eu não posso nem pensar em pedir porque faltam outras coisas básicas na nossa casa, como comida. Eu torço para que essa ajuda possa chegar a alunas de ainda mais escolas, que passam pelos mesmos problemas que eu.
Ao todo, foram distribuídos 1.500 kits com absorventes. Um exercício de acompanhamento conduzido nas três escolas onde foram distribuídas absorventes revelou que a frequência de meninas nas aulas melhorou em comparação com o primeiro trimestre de 2018.
Com isso, a ActionAid busca sensibilizar governo e comunidade para que as escolas passem a distribuir absorventes gratuitamente para as alunas, como forma de garantir a retenção escolar de meninas.
