Mapear a cidade para que elas sejam mais seguras para as mulheres
Neste Dia de Combate à Violência contra as Mulheres, 25 de novembro, estaremos junto com as mulheres de Heliópolis, na cidade de São Paulo, para construir uma cartografia social dos principais desafios que elas enfrentam diariamente ao experimentar a sua comunidade.
Sabemos que ser mulher em uma cidade pensada para os homens não é fácil. O assédio e violência afetam diariamente a vida de milhares de mulheres e meninas, tanto em suas casas quanto nas ruas. Além de enfrentar as situações de violência, as mulheres têm que usufruir de serviços públicos precários, que as deixam ainda mais vulneráveis. Ruas escuras, transportes lotados, lixo a céu aberto são alguns dos obstáculos diários que elas encontram.
Em 2016, uma pesquisa nossa mostrou que 86% das brasileiras já sofreram assédio em espaços públicos. Em uma pesquisa anterior, o Brasil foi apontado como o pior país para se nascer menina: 16% disseram terem sido assediadas antes dos 10 anos e 55% antes dos 18. Além disso, o país ocupa o 5º lugar no ranking de feminicídios.
Assim, a Oficina Cidades Seguras para Mulheres, realizada em parceria com a 11a Bienal de Arquitetura, busca um ambiente de troca e conversa para a construção coletiva de uma cartografia social do espaço público vivido. Começaremos pelo desenho de um mapa do local de circulação e rotina das mulheres, buscando traçar as dificuldades enfrentadas por elas no cotidiano. Em seguida, faremos uma caminhada para observar os desafios, registrando a ausência e a precariedade dos serviços públicos prestados pelos governos.
Esta ação marca a abertura dos 16 dias de ativismo pelo combate à violência contra as mulheres. A oficina é também continuidade da luta das mulheres por uma Heliópolis mais segura. Em 2014, a realização de um processo similar levou as mulheres a se reunir para pedir mais segurança nas ruas e espaços públicos da cidade. Poderemos observar que o poder público ouviu suas demandas e promoveu mudanças no local, a partir da perspectiva que iluminação, transporte público, educação, moradia e policiamento de qualidade são fundamentais para garantir cidades seguras para as mulheres.
Quando? Onde? Como?
25 de novembro, das 9h às 13h
CCA Lagoa – Rua Flor do Pinhal, 02, Heliópolis, SP
Vagas limitadas. Inscreva-se!
Tem interesse em atividades que pensam a cidade a partir da perspectiva das mulheres? A ActionAid e a 11a Bienal de Arquitetura convidam também para o seminário Construindo e Promovendo Cidades Seguras para as Mulheres, dia 30/11 na Praça das Artes.