Estamos parando pela vida das mulheres e por seus direitos
Neste #8M, estamos apoiando a Greve Internacional de Mulheres em defesa de suas vidas, seus direitos e pela promoção da igualdade de gênero. A parada internacional, que tem como mote “Se não valorizam nossas vidas, que produzam sem nós”, deve ter adesão em pelo menos 40 países.
Mas por que paramos?
Sabemos que ser mulher não é fácil. O assédio e violência afetam diariamente a vida de milhares de mulheres e meninas, tanto em suas casas quanto nas ruas. Em 2016, uma pesquisa nossa mostrou que 86% das brasileiras já sofreram assédio em espaços públicos. Em uma pesquisa anterior, o Brasil foi apontado como o pior país para se nascer menina: 16% disseram terem sido assediadas antes dos 10 anos e 55% antes dos 18. Além disso, o país ocupa o 5º lugar no ranking de feminicídios.
As violências e violações de direitos estão arraigadas no funcionamento da nossa sociedade. Apesar do muito que já se avançou, a desigualdade de gênero marca a vida das mulheres e perpetua um ciclo de exploração do trabalho feminino para manter modelos sociais. Um exemplo de como isso ocorre é a baixa participação das mulheres nos espaços de poder e decisão. No Brasil, nos deparamos com números expressivos, que as colocam com menos de 10% dos cargos parlamentares.
Fica claro então que não podemos falar em um mundo menos desigual sem falar das mulheres. Além de receberem 30% a menos do que os homens desempenhando a mesma função, elas trabalham 7,5 horas a mais por semana devido à dupla jornada. É o conhecido trabalho invisível do cuidado, que 90% das mulheres declararam realizar em um estudo recente do IPEA.
Trabalhamos para que as mulheres tenham autonomia e uma vida digna, livre de violência. Por isso, paramos. Para exigir o reconhecimento da igualdade de gênero, da defesa da vida das mulheres e dos seus direitos.