Amanda tinha 6 anos quando participou de sua primeira atividade de apadrinhamento; era uma criança tímida e retraída, mas já apaixonada por aprender coisas novas e ser parte de sua comunidade. Ela nem imaginava que aquele seria apenas o começo de sua jornada de aprendizado e que, anos depois, estaria de volta no mesmo lugar, dessa vez como multiplicadora de conhecimento, falando com crianças que, como ela, também começam a escrever sua história com o apoio da ActionAid. 

“A coisa que mais melhorou participando das atividades todas foi meu desenvolvimento na fala, de superar a timidez e de ter vergonha. Quando eu era criança, era ainda mais tímida. Com os projetos e o apadrinhamento, fui me soltando mais”, relembra Amanda. Dos 6 aos 18 anos, ela participou de atividades realizadas pela UNAS, em parceria com a ActionAid, e aproveitou todas as oportunidades de aprendizado que surgiram conforme ela ia crescendo. 

Ela guarda com carinho especial duas memórias dessa época: sua participação em um projeto de hortas comunitárias, que deu início ao seu amor pelo meio ambiente e iniciativas sustentáveis, e a visita que sua escola recebeu da atriz Julia Lemmertz e da cantora Luiza Possi, que foram convidadas na época a conhecer a atuação da UNAS na região. 

Uma das memórias preferidas de Amanda: uma visita da atriz Julia Lemmertz e da cantora Luiza Possi em sua escola, em Heliópolis / Foto: Arquivo pessoal

Aos 16 anos, Amanda teve o primeiro contato com T.I. e design, participou de um curso de radiodifusão na Rádio Comunitária Heliópolis, e passou pela área audiovisual com o projeto Câmera e Ação, além de ter atuado por dois anos com pesquisas e memórias do território em sua passagem pelo Observatório De Olho na Quebrada. 

Devolvendo para a comunidade 

Depois de mais de uma década em um dos lados das atividades socioeducativas, Amanda foi convidada para o outro: ser multiplicadora de horticultura no projeto “Da Horta Para a Mesa”, realizado pela UNAS, também em parceria com a ActionAid. 

“Me sinto um pouquinho nervosa em voltar lá, onde passei a infância, porque vou falar com crianças e adolescentes. Eu acho essa volta positiva, vou gostar bastante de estar lá, agora como educadora, algo que eu nunca pensei. Eu ‘tava vendo esses dias uma foto minha com 12 anos fazendo projeto de horta. E agora estou falando sobre sustentabilidade lá.” 

Aos 12 anos, nasceu a paixão de Amanda por sustentabilidade e meio ambiente, quando participou de uma atividade de apadrinhamento para construir um canteiro de hortaliças / Foto: Arquivo pessoal

O projeto capacita jovens para criarem um espaço sustentável pedagógico em dez creches de Heliópolis, realizando ações de compostagem, horta e adubo, e suprindo uma necessidade das comunidades do entorno de um desenvolvimento de sustentabilidade, segurança alimentar e educação ambiental. E Amanda já tem o próximo desafio: realizar oficinas no projeto “Raízes Sustentáveis”, que também aborda sustentabilidade com crianças apadrinhadas pela ActionAid. 

Pouco mais de uma década depois de começar sua jornada como criança apadrinhada, Amanda se tornou uma multiplicadora de conhecimento para outras crianças como ela / Foto: Comunicação UNAS – Cindy Tavares

Desenvolvimento de longo prazo 

A história de Amanda é um exemplo da forma como a ActionAid tem atuado nesses 25 anos em que está presente no Brasil, e nos mais de 50 anos de trabalho em outros países. Ao fortalecer as comunidades onde as crianças estão inseridas e proporcionar oportunidade de educação e trocas de conhecimento, crianças e adultos atendidos pelos projetos tem a oportunidade de mudar suas próprias histórias. 

Esse impacto é especialmente percebido nos jovens, que a experiência adquirida pela ActionAid nos anos de atuação demonstrou serem alguns dos maiores protagonistas da transformação em suas comunidades. 

Para Amanda, sua história definitivamente foi diferente graças aos anos de apadrinhamento. 

“Eu diria aos doadores muito obrigada por ter apadrinhado, porque essa é uma boa oportunidade que muitas crianças não têm e que eu pude ter por causa do apadrinhamento. Foi uma oportunidade muito bem aproveitada. Adorei participar das atividades, desenhar e escrever as mensagens. Se eu não tivesse tido acesso a tudo isso, eu teria sido uma criança mais de brincar só na rua, não teria aproveitado tudo isso.” 

Amanda acredita que a experiência do apadrinhamento foi essencial para sua formação pessoal e profissional / Foto: Comunicação UNAS – Cindy Tavares

Seja parte da transformação da vida de crianças como Amanda