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ActionAid faz novo alerta diante do relatório climático do IPCC: há uma ‘estreita janela’ para evitar o colapso climático
ActionAid faz novo alerta diante do relatório climático do IPCC: há uma ‘estreita janela’ para evitar o colapso climático
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão das Nações Unidas responsável pela ciência climática, lançou na segunda-feira (20/03) o relatório Síntese – última etapa do 6º Relatório de Avaliação. O alerta dado, desta vez, é definitivo: a humanidade tem uma ínfima chance de reduzir o avanço do aquecimento global a 1,5ºC, e, desta forma, evitar o colapso climático.
A sigla IPCC ganhou mais força em 2021, não só nas nossas comunicações da ActionAid, mas em toda a mídia, no mundo inteiro. O órgão foi criado em 1988, no âmbito do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (ONU) para avaliar, periodicamente, o estado da arte do conhecimento científico sobre as mudanças do clima. Foi em 2021 que este, que é o mais completo estudo científico sobre o tema, confirmou, pela primeira vez, que a ação humana influenciou as mudanças climáticas.
O relatório Síntese apresenta os possíveis impactos no curto prazo, entre 2030-2040, e no longo prazo. O documento é considerado decisivo para apontar caminhos de transição para uma sociedade de baixo carbono, já que é a última avaliação feita pelos cientistas do clima das Nações Unidas nesta década.
Por estar presente e fortalecendo as comunidades que mais sofrem com os desastres climáticos, a ActionAid reforça a importância do documento e destaca, mais uma vez, a urgência da criação de um fundo de apoio os mais afetados.
“Há inúmeras evidências de que os impactos climáticos já são muito piores e prejudicam bilhões de pessoas a mais do que se previa poucos anos atrás. A ONU precisa cumprir a decisão realizada ano passado na COP27 de criar um fundo para ajudar as comunidades afetadas por perdas e danos induzidos pelo clima”, afirma Teresa Anderson, líder de justiça climática da ActionAid Internacional.
Teresa complementa que compensações de carbono são pretexto para a ação dos maiores poluidores do planeta, e que os governos devem agir imediatamente para que seja evitado o colapso total:
“Todo mundo que ler este relatório temerá por seu próprio futuro. Isso precisa ser o gatilho para sairmos de uma aceitação relutante para uma ação rápida sobre as mudanças climáticas. Existe apenas uma estreita janela de oportunidade para limitar o aquecimento a 1,5°C, evitar um colapso climático descontrolado e proteger bilhões de pessoas. Mas só podemos fazer isso se os governos estiverem dispostos a tratar este relatório como um mandato claro para iniciativas corajosas”.
Não há de se esperar, no entanto, que os países desenvolvidos deem o tom das mudanças, como explica Junior Aleixo, especialista em Justiça Climática da ActionAid no Brasil.
“No caso do Brasil, precisamos somar esforços para realização e fortalecimento de um Plano Nacional sobre Mudança do Clima, empenho em investimentos e fortalecimento de tecnologias de mitigação e antecipação de mudanças climáticas. É importante que o Brasil debata e construa saídas para o processo em curso das mudanças climáticas com a participação de populações que são mais afetadas por essas mudanças. São os povos e comunidades indígenas e tradicionais, dos campos, das periferias, das florestas e das águas, as populações que estão sobrevivendo e atravessando séculos construindo saídas ecológicas, justas e ambientalmente sustentáveis.”
Um outro exemplo de impacto que a ActionAid presencia no Sul Global é em Vanuatu, uma ilha no Oceano Pacífico Sul que enfrenta eventos climáticos regulares e intensos. Flora Vano, Diretora Nacional da ActionAid em Vanuatu, destaca:
“Este relatório é importante porque captura o estado terrível do planeta e prevê um futuro ditado por desastres cada vez mais intensos e frequentes, mas em Vanuatu, eu só preciso deixar minha casa para testemunhar as duras realidades de um mundo em aquecimento. Só neste mês, passamos por dois ciclones no espaço de uma semana. Não quero acordar diante de uma nova enchente que acabará com as mulheres e meninas da minha comunidade”
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