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#8demarço: Conheça histórias de ‘mulheres que movem a terra’ com apoio da ActionAid
#8demarço: Conheça histórias de ‘mulheres que movem a terra’ com apoio da ActionAid
Durante o ano inteiro, nos mais de 40 países em que atua, a ActionAid potencializa a força de mulheres para que possam melhorar suas próprias vidas e de suas comunidades, em busca de superação das injustiças sociais e climáticas, de gênero e de raça. Cada um dos projetos e parceiros que apoiamos em nossos diferentes eixos de atuação trazem consigo algo comum: são as mulheres que movem a transformação para que todas e todos vivam de forma mais justa, digna e em um planeta mais sustentável. Neste mês de março, em que é celebrado o Dia Internacional das Mulheres, convidamos vocês a conhecerem mais algumas histórias que estão espalhadas pelo Brasil e pelo mundo.
A agricultora Cristina cresceu no semiárido baiano, dividindo o tempo entre escola e o trabalho na plantação de milho, feijão e mandioca com os pais e irmão, e também na produção de chapéus e esteiras de palha, que mal geravam a renda para subsistência. Quando, ainda jovem, conheceu o MOC, organização parceira da ActionAid, ela passou a ter mais acesso ao que considera seu bem mais precioso: o saber. Desde então, passou a se articular com outras mulheres, conseguiu conquistar direitos como a cisterna para armazenamento de água e a produzir sua própria horta agroecológica, de onde hoje vem sua renda e autonomia.
“Antes de ter cisterna e saber dos meus direitos, eu tinha que ir pegar água longe com o baldinho de 20 litros e o que eu plantava mal dava para consumo próprio. Eu não tinha minha fonte de renda. Hoje, estou inserida na feira orgânica do município e todo sábado trago para casa o dinheiro do que vendi. Tenho muito orgulho por produzir o alimento saudável e sem veneno que alimenta até mesmo minha filha e os colegas dela na escola”.
Além dos projetos em que a agricultora está envolvida, sua filha Elaine também participa do apadrinhamento da ActionAid.
“Através desse projeto, eu me sinto hoje uma multiplicadora de conhecimento, uma semente para plantar, germinar e multiplicar esses frutos com minha filha e outras mulheres. O meu sonho é não ver mais ninguém passando fome. Não só a fome do comer, mas a fome do saber. Para minha filha, o que eu quero é que ela seja o que quiser. Para todas as mulheres, é que consigam ser independentes”.
No Afeganistão, o acesso à educação por meninas e mulheres é um desafio enorme. No distrito de Balkh, lar de Najiba e sua família, a situação não era diferente. Além de cinco irmãos, Najiba tem duas irmãs e ambas tiveram que abandonar os estudos por conta das barreiras socioculturais do país. Sua vontade de aprender, porém, era maior do que a dificuldade de continuar frequentando a escola e mesmo diante dos protestos de seu pai e seus irmãos, Najiba continuou estudando.
Foi então que ela conheceu um dos projetos da ActionAid na região, que buscava criar oportunidades igualitárias de acesso à educação. Mais de 1.160 meninas e mulheres foram beneficiadas pelo centro comunitário apoiado pela ActionAid e mais de 700 meninas – incluindo Najiba – completaram um curso de seis meses de inglês e programação. O projeto ainda atende famílias com aconselhamento sobre diversos assuntos e conscientização contra violência doméstica.
“Sou uma das alunas mais inteligentes da turma e agora consigo usar o computador e tirar notas altas em inglês. Eu vou adorar continuar minha educação no futuro e quero ser uma médica para ajudar minha comunidade. Sou muito grata à ActionAid por me apoiar”.
Antônia tem orgulho de ser quebradeira de coco do babaçu, uma “guardiã da floresta”. Foi com sua mãe, na infância, que aprendeu esse ofício e, atualmente, com 42 anos, luta pela qualidade de vida da população, pela palmeira em pé e pelos direitos das trabalhadoras e trabalhadores rurais de São João do Arraial, no Piauí.
Mulher agricultora, Antônia cultiva milho, arroz, feijão, mandioca para consumo e venda de alimentos de qualidade. Esse conhecimento da terra foi adquirido ao longo de sua vida, mas também por conta da relação que tem com a ActionAid e o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), que atuam no território por anos com diversos projetos.
“Produzo para o consumo e venda nos programas de comercialização como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Programa de Aquisição de Alimentação (PAA) e em feiras da agricultura familiar. Através da relação com a ActionAid existe também acompanhamento mensal no grupo produtivo de mulheres em minha comunidade, trabalho com crianças e jovens, incentivo para produção e defesa dos direitos das mulheres, crianças, adolescentes. Já participei de atividades que trazem conhecimento e empoderamento para mulheres, com oficinas e palestras com temas específicos. Uma que gosto sempre de destacar é a oficina realizada sobre Agroecologia, pois o cuidado com a natureza e meios de se plantar e ter alimentos saudáveis são essenciais para todos. Hoje produzo meus alimentos sem venenos e com qualidade”.
Em um estudo feito pela ActionAid no interior do Camboja, descobriu-se que a maioria dos agricultores da região não tinha renda fixa e sofria muito com as incertezas do clima, da falta de um sistema de irrigação, da ausência de conhecimento técnico e da baixa qualidade do solo, que levava muitos a usar grandes quantidades de agrotóxico.
Savoeurn era uma dessas agricultoras, dividindo com o marido e seus quatro filhos a responsabilidade de cuidar do quintal da família, onde criavam galinhas e cultivavam vegetais. A variedade dos alimentados plantados era pequena e não havia um planejamento do que plantar ou cuidado adequado com o solo.
Foi então que a ActionAid e parceiros locais iniciaram um projeto de capacitação de mulheres para não só melhorar as colheitas familiares, como também estabelecer mercados liderados por mulheres para que os alimentos cultivados fossem comercializados.
“Depois dessa capacitação, eu decidi construir um pequeno lago atrás da minha casa, para cultivar mais vegetais e agora tenho mais de 10 tipos diferentes no quintal. Com o que aprendi, consigo produzir em maior quantidade e qualidade, assim como vegetais com maior demanda no mercado. Isso me ajudou muito com as necessidades diárias e também para juntar dinheiro para que meus filhos possam estudar e ter um futuro melhor. O relacionamento com meu marido também melhorou muito, ele me ajuda com as tarefas domésticas e com o cuidado com a nossa produção”.
No Haiti, mais da metade da população vive no campo e, dessas famílias, cerca de 70% vivem abaixo da linha da pobreza. As mulheres desempenham um papel crucial na sociedade, sendo responsáveis pelo cuidado com a terra e venda das colheitas, além de cuidar e educar as crianças, muitas vezes enfrentando esse cenário sozinhas.
Nana cuidava dos três filhos e da pequena horta que alimentava sua família e servia como parte da renda. Muitos dos produtos, porém, eram perdidos pois nem sempre ela tinha dinheiro para transportar tudo para os mercados da cidade. Foi em um projeto da ActionAid com parceiros locais que ela aprendeu como transformar o que produzia em diferentes produtos para que nada fosse desperdiçado.
“No começo meu trabalho como agricultora era apenas cultivar a comida, vender parte dela e usar o resto na alimentação da minha família. Muito era jogado fora porque eu não podia pagar para levar meus produtos até a cidade. Como resultado, o cultivo era apenas um peso para mim e minhas crianças. Só então eu aprendi que podia transformar esse alimento em produtos e vender para turistas e mercados da região. Minha vida mudou a partir desse momento”.
Essas e outras Mulheres da Terra mudam suas vidas e as de suas comunidades diariamente graças ao apoio que recebem das organizações parceiras, da ActionAid e de você. Saiba mais sobre o que podemos fazer juntos em Mulheres da Terra.
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