Conheça a história de Antônia
Após sete anos seguidos de fortes secas – ainda piores do que as que tradicionalmente atingem o nordeste brasileiro – a população do semiárido do interior da Bahia já não tinha muito mais o que fazer. Poucas pessoas conseguiam armazenar água suficiente para abastecer suas casas e nutrir as plantações e animais e pouquíssimas oportunidades de emprego surgiam na região, além do crescente problema com a violência contra a mulher e falta de apoio às agricultoras da região.
Foi nesse cenário que a ActionAid, junto com o MOC – Movimento de Organização Comunitária, começou a agir. Um dos projetos foi o incentivo ao cultivo de abelhas; e talvez foi o senso de comunidade presente em uma colmeia que primeiro atraiu Antônia Oliveira para a apicultura. Dona Antônia, como é conhecida a senhora de 61 anos na comunidade, dedicou sua vida ao coletivo e ainda tem energia para investir no preparo dos futuros líderes.
No começo, o marido de Dona Antônia ficou desconfiado, com medo de que as abelhas colocassem em risco os outros animais da família. A insistência e estudo do tema de Dona Antônia, porém, prevaleceu, e depois de algum tempo a atividade se tornou a principal fonte de renda familiar. E não demorou muito para ela perceber que a apicultura poderia ser mais do que somente uma fonte de renda, mas também uma forma de preservar a caatinga.
O mel é excelente porque vem da natureza, é uma atividade que contribui para o meio ambiente. Eu garanti que toda a comunidade pudesse criar abelhas, para que eles também percebessem a importância da preservação. Foi um sonho ver aquilo acontecendo, sem desmatamento, sem perturbar a natureza.
Essa liderança levou Dona Antônia a assumir a presidência da Associação de Produtores Rurais pela primeira vez e, também lá, ela faz questão de envolver outras pessoas da comunidade, para que novos líderes sejam formados.
Eu percebi que quando você começa a entender como algo funciona, precisa liderar o caminho. Nós nos tornamos o exemplo para aqueles que ainda não têm o conhecimento.
Além do desenvolvimento financeiro das famílias locais, as ações da ActionAid incentivaram também a formação de grupos maiores e vínculos mais fortes entre as mulheres da região, dando o apoio necessário para que elas lutassem contra a violência de gênero e o machismo ainda muito presente nas comunidades.
Eu entendo que é um ciclo. As escolas e a ActionAid desenvolvem ações juntas, ajudando o desenvolvimento dos estudantes dentro e fora da sala de aula. Atividades que atraem os alunos e ajudam os educadores. As crianças então levam o que aprenderam no programa para casa, dividem com suas famílias e se tornam agentes transformadores.
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