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ActionAid alcança mais de 21 milhões de pessoas com respostas de emergência na pandemia
ActionAid alcança mais de 21 milhões de pessoas com respostas de emergência na pandemia
O ano de 2020 colocou o mundo inteiro de frente para uma crise sanitária, econômica e humanitária sem precedentes, que veio na esteira da pandemia do novo coronavírus. Em todos esses meses, a ActionAid mobilizou recursos e incansáveis equipes nos quatro cantos do planeta para uma resposta imediata. Essa onda de solidariedade pôde alcançar, até agora, mais de 21 milhões de pessoas.
Aqui no Brasil, de março a outubro, mais de 40 mil famílias foram apoiadas, em 12 estados. Junto com 18 organizações parceiras, conseguimos distribuir mais de 57 mil cestas de alimentos, mais de 2 mil vouchers de alimentação, mais de 27 mil kits de higiene e mais de 72 mil máscaras.
A resposta humanitária chegou à casa de Livia, de 38 anos, moradora do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. Ela contraiu Covid-19 logo no início da pandemia, e se encontrou em situação delicada quando o marido foi mandado embora do trabalho. Com seis filhos para sustentar e com os riscos de morte causados pela doença, Livia recebeu ajuda da ActionAid e da parceira Redes da Maré.
Fiquei muito mal com a Covid, quase morri. Depois de 20 dias, minha filha e meu marido também pegaram a doença e eu que precisei cuidar deles. Minha preocupação maior era a alimentação dos meus filhos. Como ganhei a cesta e os produtos de higiene, já não tinha essa preocupação toda.
No continente americano como um todo, amparamos mais de 2 milhões de pessoas. Nosso trabalho alcançou a cidade de San Andrés de Tumaco, a terceira no ranking de casos de Covid-19 na Colômbia. A Fundação Divino Menino Jesus, que auxilia, sobretudo, os idosos, não tinha recursos sequer para pagar enfermeiros. Providenciamos itens essenciais com sabonetes, desinfetantes, artigos de higiene pessoal, esfregões e álcool. A situação, segundo a diretora Stella Centeno, se tornou preocupante:
As necessidades são muitas. Precisamos de alimentos, kits de higiene, roupas, sapatos, e coisas infinitas. Nenhum pagamento foi possível nos últimos 12 meses e muitos trabalhadores renunciaram porque não têm como se sustentar.
Na África, atuamos em 19 países e pudemos ajudar mais de 1 milhão de pessoas de modo imediato, com transferência de dinheiro e com comida, água e itens de higiene. Alcançamos, ainda, mais de 10 milhões com informação adequada sobre prevenção da Covid-19.
Um dos distritos mais pobres de Gana, Nabdam, enfrentou uma severa crise alimentar, principalmente pela falta de acesso à merenda escolar. A família da menina Cotimah, de 16 anos, teve dificuldades em prover refeições aos quatro filhos. A mãe vendia alimentos e artigos de papelaria para uma escola primária local, e teve seu negócio bastante impactado pelo fechamento de escolas. Para piorar, a jovem precisa se alimentar bem e tomar remédios por um problema de saúde que enfrenta. A ActionAid Gana e o Movimento de Viúvas e Órfãos distribuíram alimentos e outros itens para famílias em situação de vulnerabilidade em comunidades carentes.
Na Ásia e no Oriente Médio, conseguimos atender a necessidades imediatas de mais de 8 milhões de pessoas – com comida, água, higiene, informação e proteção a vítimas de violência doméstica. No Vietnã, a segunda onda de Covid-19 agravou as crises sanitária e econômica. Nossa resposta alcançou regiões bastante empobrecidas, em localidades rurais como a província de Bac Lieu. Trabalhadora informal, Son Thi Huong, de 42 anos, se tornou provedora de toda a família, e foi uma das pessoas que pudemos ajudar.
Quando ficamos doentes, precisei pegar dinheiro emprestado em todos os lugares e me preparei para o estresse que seria pagar as dívidas. Desde o início da pandemia, estou triste por ter perdido meu único trabalho recorrente. Além disso, meu marido não pode mais pescar enguias com frequência devido aos bloqueios, e meu filho precisou voltar para nossa casa. Ele morava na cidade de Ho Chi Minh, e já não podia mais sustentar a vida por lá.
Nossas ações pelo mundo não poderiam ser diferentes disso. Até 8 de dezembro, mais de 67 milhões tinham contraído a Covid-19 no mundo inteiro. Mais de 1,5 milhão de vidas foram perdidas nessa luta contra a doença. O lastro social deixado pela pandemia é alarmante: o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários estima que mais de 270 milhões passem por insegurança alimentar grave – um aumento de 82% em comparação com o mundo pré-pandêmico. Não é à toa: quanto mais crise econômica, conflitos ou alterações climáticas, maior se torna a insegurança alimentar.
A ONU destaca, nesse mesmo estudo, que mulheres e meninas ficaram muito mais vulneráveis à violência de gênero nesse período – estão confinadas com seus agressores. Crianças estão menos protegidas de abusos sexuais e do casamento infantil. Os vários serviços de apoio que existem mundo afora foram drasticamente comprometidos com o isolamento social. Vale lembrar que os postos de trabalho informal são ocupados, majoritariamente, por mulheres – e é essa categoria que mais se fragilizou, pela remuneração mais baixa e pela ausência de proteção trabalhista.
A resposta humanitária que propomos é conduzida por mulheres, pois elas são imprescindíveis na criação de estruturas comunitárias necessárias para o enfrentamento de crises. As ações de emergência, claro, têm promovido acesso às necessidades imediatas, como dinheiro, comida, água limpa e kits de higiene. Mas, foi essencial, também, levar informação adequada sobre distanciamento social, uso de máscaras e observação de sintomas.
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