Lucy
Lucy Seuno tem 44 anos e é mãe de sete filhos. Ela vive na cidade de Pallisa, em Uganda. Depois de 18 anos de casamento, ela foi rejeitada pelo marido, que a trocou por uma mulher mais jovem.
Sem ter para onde ir, ela continuou a viver na mesma casa, o que só lhe rendeu espancamentos e insultos por parte do marido e da nova mulher. Com lágrimas nos olhos, ela conta como foi expulsa da própria casa:
Eu investi junto com meu marido e exigi que, se ele não me queria mais como esposa, dividíssemos a propriedade para que eu tivesse um ponto de partida. Isso só me rendeu mais espancamentos. Tive que deixar minha casa sem levar nada, como um cachorro.
Ao ouvir um programa de rádio, Lucy ficou sabendo sobre a ActionAid e decidiu visitar nosso escritório. Em Uganda, um dos nossos trabalhos é prover abrigos para mulheres sobreviventes de violência, além de comida, aconselhamento psicológico e social e acesso a atendimento de saúde e serviços legais. Também são realizadas atividades de capacitação, para que as mulheres se tornem economicamente independentes.
Com nosso apoio, ela entrou na justiça por seus direitos. Seu marido foi convocado para uma audiência de mediação, mas não apareceu. Em uma segunda tentativa, ele apareceu, mas não cooperou. O caso foi arquivado nos tribunais e, após uma longa espera de quatro anos, a justiça foi feita.
Embora a justiça tenha tardado, Lucy está feliz por não ter sido negada. O julgamento determinou que ela recebesse uma parte justa da propriedade da família. Ela conseguiu cinco quartos de aluguel, cinco acres de terra, um arado de boi e seus filhos ficaram sob seus cuidados.
Lucy arrendou parte da terra e usa os recursos, incluindo o dinheiro dos aluguéis, para cuidar de si mesma e mandar seus filhos para a escola. Ela também administra uma empresa que lida com roupas de segunda mão.
Se você olhasse minhas fotos antigas, não me reconheceria. Eu era feia, perdi muito peso e meus problemas apareciam no meu rosto.
Hoje, a beleza de Lucy foi restaurada e um sorriso nunca deixa seu rosto. Ela também usa seu tempo para falar para outras mulheres que elas não devem sofrer em silêncio, mas denunciar a violência e lutar por seus direitos.
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