Em Serra Leoa, acesso a água na escola transforma a comunidade
O acesso a água potável de qualidade sempre foi um desafio em áreas rurais e urbanas em Serra Leoa, principalmente nas regiões mais afastadas das grandes cidades. Nesses locais, é comum que crianças sintam dores frequentes por terem que caminhar muitos quilômetros para buscá-la. E, mesmo quando conseguem encontrá-la, muitas vezes não é apropriada para beber, causando doenças em crianças e adultos de suas comunidades.
No vilarejo de Blamayo, a escola primária RC enfrentou vários problemas com relação ao abastecimento hídrico. Gita Umaru, de 13 anos, é uma das 175 crianças que sofriam com a falta de água potável para beber. “A gente tinha que andar quase um quilômetro todas as manhãs para carregar a água que íamos usar na escola durante o dia”, conta Gita.
O poço artesiano da escola não funcionava, então havia muita dificuldade em manter a higiene no ambiente escolar. “Nós enfrentamos um grande problema com a questão da crise da água e era difícil até mesmo limpar os banheiros quando as crianças os utilizavam”, explica o professor Sondufu.
Com essa limitação, veio junto o aumento das doenças transmitidas pela água sem tratamento. “Eu fiquei doente por uma semana. Minha amiga também teve diarreia e quase perdeu a vida”, conta Gita com tristeza.
Diante dessa questão, a ActionAid em Serra Leoa se mobilizou para reformar a escola. “Decidimos vir em socorro das crianças. Reformamos a escola, capacitamos professores e restauramos o poço”, informa Pedro Abdulai, da equipe de Programas da ActionAid na região.
Agora, o poço da escola fornece água potável para as 175 crianças de Blamayo, uma grande conquista na luta da comunidade pelo acesso a esse recurso. “Queremos agradecer à ActionAid, por este gesto”, destaca o professor Sondufu.
Gita e suas amigas comemoram:
Estou feliz por saber que tenho água bem perto da minha escola e não preciso mais andar por quilômetros para buscá-la.
Mas o poço não vai servir apenas para as crianças da escola. Toda a comunidade também poderá ter acesso a ele. A comunidade está se organizando para estabelecer um comitê de gestão que vai supervisionar o seu funcionamento. “Queremos poder fazer nós mesmos as manutenções no poço”, explica Sondufu.