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Temos atuado para garantir uma melhor estrutura para os refugiados que chegam ao campo Kutupalong-Balukhali, especialmente mulheres e crianças
Temos atuado para garantir uma melhor estrutura para os refugiados que chegam ao campo Kutupalong-Balukhali, especialmente mulheres e crianças
Há um ano, em 25 de agosto de 2017, a violência em Myanmar levou mais de 700 mil refugiados Rohingya a buscarem abrigo na vizinha Bangladesh. Desde então, temos atuado para garantir uma melhor estrutura para as pessoas que chegam ao campo de refugiados Kutupalong-Balukhali, em Cox’s Bazar, especialmente mulheres e crianças, que são as mais vulneráveis em situações de crises humanitárias.
Por isso, nossa abordagem de resposta humanitária é centrada nas mulheres e liderada por mulheres. Nosso esforço em campo inclui a garantia do acesso a alimentos, água e saneamento; distribuição de kits de higiene; apoio à gestão dos acampamentos pelos refugiados; acolhimento psicológico; e apoio a mulheres que denunciam violência de gênero. A ActionAid em Bangladesh estima que aproximadamente 60% das mulheres nos campos são mães solteiras.
Sharifa Begum, de 21 anos, é uma delas. Ela fugiu de Myanmar quando estava grávida do quinto filho, após o marido ter sido assassinado. “Tive que começar a jornada para Bangladesh à noite e levei 12 dias para chegar até aqui. Eu dei à luz neste campo. Agora estou muito preocupada com a minha vida. Não sei como vamos sobreviver”, conta.
Hoje, ainda não há uma solução à vista para a crise e a situação fica ainda mais grave por conta da época de monções e ciclones em Bangladesh, levando os campos a enfrentarem problemas em função das chuvas.
Um ano depois, as mulheres e meninas Rohingya continuam a sentir o impacto da crise dos refugiados. As pessoas que apoiamos em nosso trabalho carregam as cicatrizes físicas e mentais daquilo que viveram – incluindo violência sexual, gravidez em decorrência de estupro e as marcas de uma viagem dolorosa e perigosa para Bangladesh.
“Hoje, em meio a condições precárias de vida, as mulheres e meninas nos campos enfrentam violência conjugal, casamentos forçados e o medo da violência sexual. Agora, mais do que nunca, a comunidade internacional precisa escutar essas mulheres, que reivindicam seus direitos e pedem uma solução justa para sua situação”, conta, Farah Kabir, diretora da ActionAid em Bangladesh.
Em resposta a isso, criamos seis espaços destinados às mulheres, locais no acampamento onde apenas elas podem entrar. Lá, encontram um espaço para processar seus traumas, sentirem-se seguras da violência e planejar o futuro.
Nesses centros, são oferecidos primeiros socorros psicológicos e aconselhamento individual por pessoas treinadas; há verificação das condições de saúde e encaminhamentos médicos; conscientização e informações sobre a violência de gênero e os riscos de casamentos precoces; além de uma oportunidade para as mulheres socializarem, fazerem amizades e apoiarem-se mutuamente. Mais dois espaços estão atualmente em construção.
Os refugiados que apoiamos afirmam que voltarão voluntariamente para casa somente se tiverem garantia de segurança para si e para suas famílias. Defendemos que o repatriamento dos Rohingya seja informado, voluntário, digno e seguro.
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