Nepal: dois anos após o terremoto
No dia 25 de abril de 2015, um terremoto devastador atingiu o Nepal, matando 9 mil pessoas e deixando centenas de milhares de sobreviventes desabrigados.
Nós já trabalhávamos há mais de 30 anos no país e, por isso, nossa equipe foi capaz de responder imediatamente à emergência, acionando a nossa rede de parcerias locais e obtendo ajuda para salvar a vida das pessoas mais vulneráveis.
Desde então, já alcançamos mais de 133 mil pessoas com uma série de ações. Em princípio, distribuímos itens de alívio imediato, como alimentos, kits de higiene, cobertores e lonas para abrigo temporário. Com o tempo, expandimos o nosso trabalho e construímos centros de educação temporários e clubes para as crianças, onde elas tinham um lugar seguro para brincar, aprender e lidar com o trauma. Também montamos espaços amigáveis para as mulheres, oferecendo apoio psicossocial e capacitação para que elas pudessem gerar renda e reconstruir suas vidas.
Colocando as mulheres no centro da resposta
Formamos uma comissão de construção de mulheres e assumimos a liderança na construção do Espaço Amigável das Mulheres em nossa comunidade. Nós participamos todos os dias na construção de várias maneiras. E estou muito orgulhosa de fazer parte disso.
Bina Deshar, de Chapagaun.
Quando ocorre um desastre, as mulheres são as mais afetadas. Em muitos países, no entanto, as mulheres não são incluídas nas decisões que as afetam. É por isso que usamos as emergências como uma oportunidade chave para promover a liderança das mulheres e desafiar a dinâmica de poder tradicional.
Nossa resposta de emergência prioriza a liderança e a proteção das mulheres em todas as fases, por isso formamos comitês de distribuição liderados por elas, assegurando que as suas necessidades específicas fossem atendidas e que elas desempenhassem um papel ativo e valioso na reconstrução de suas comunidades.
Eu não podia falar ou expressar meus problemas para a minha família. Mas agora posso fazê-lo em público. Esta é uma grande mudança em mim e em muitas outras mulheres na minha comunidade. O terremoto destruiu as nossas casas, mas nos deu a oportunidade de nos unir. E nós, mulheres, estamos unidas e mais fortes do que nunca. Nós nos sentimos fortes para fazer parte de todas as obras de desenvolvimento da comunidade.
Rita Maharjan, de vermelho na foto.
Ao oferecer às mulheres um lugar seguro para conversar e capacitá-las para se tornarem líderes, asseguramos que elas estão no centro da reconstrução de suas comunidades. Isso significa que suas necessidades serão atendidas, e que elas desenvolvem habilidades e confiança para assumir um papel mais ativo na sociedade no futuro. Por isso, realizamos grupos de discussão com mulheres para garantir que suas necessidades fossem incorporadas nos planos de reconstrução de suas comunidades, além de workshops sobre o trabalho de reconstrução, preparando as mulheres para assumir um papel de liderança.