Ativistas climáticos exigem uma transição justa na agricultura, para que agricultores e comunidades tenham um ‘lugar à mesa’ nas decisões climáticas
Ativistas climáticos na COP30 pediram que os governos incluam a agricultura nas negociações sobre transição justa e garantam que as vozes de agricultores, comunidades tradicionais, povos indígenas e trabalhadores do setor sejam ouvidas em todas as decisões sobre planos climáticos que os afetam.
Os apelos foram feitos em uma ação organizada pela ActionAid em 14 de novembro, na qual ativistas exibiram faixas com os dizeres “A seat at the table to put food on the table” / “Um lugar à mesa para garantir comida na mesa” e “People Power, Just Transition” / “Poder dos Povos, Transição Justa”.
Teresa Anderson, líder global de Justiça Climática da ActionAid, que discursou na ação, afirmou:
“É absurdo que a agricultura — o sustento de um quarto do mundo, o segundo maior emissor e a fonte de toda a nossa alimentação — não esteja incluída na proposta de um mecanismo de transição justa. À medida que entramos na segunda semana, a agricultura precisa ser incorporada às discussões sobre transição justa para que agricultores e comunidades tenham um lugar à mesa quando decisões sobre seus futuros forem tomadas. Queremos agricultores à mesa como contribuintes, e não no cardápio e nos pratos de corporações gananciosas.”
Ela acrescentou:
“A COP30 precisa entregar um mecanismo global de transição justa que garanta que a ação climática escute as pessoas e envolva as comunidades na formulação dos planos climáticos que afetarão suas vidas.”
À medida que o mundo se afasta das práticas nocivas da agricultura industrial, é essencial proteger os empregos e os direitos à alimentação e à terra dos agricultores indígenas e de povos e comunidades tradicionais, além de garantir que suas vozes sejam ouvidas nas decisões que os impactam.
Valepi Banda, jovem ativista climática da Zâmbia, afirmou:
“Vamos ser brutalmente honestos: esta COP está acontecendo sem a inclusão das pessoas que realmente alimentam o mundo, inclusive os negociadores aqui presentes. Agricultores e comunidades indígenas não são notas de rodapé bonitinhas; são especialistas que precisam de um lugar à mesa nas decisões que os afetam. Se os governos realmente querem soluções, precisam parar com essa abordagem paternalista e começar a colocar no centro as pessoas que sabem muito bem do que estão falando.”
Farah Kabir, diretora nacional da ActionAid Bangladesh, disse:
“Um mecanismo de transição justa deve reconhecer e incluir os agricultores. Decisões tomadas para eles, mas sem eles, podem destruí-los, deslocá-los ou desestabilizá-los, como vemos acontecer com empresas de combustíveis fósseis e de agricultura industrial em todo o mundo. Seu conhecimento e experiência precisam ser valorizados. Não podemos continuar no piloto automático; precisamos de agricultores, especialmente
mulheres e jovens, no centro das negociações que afetam suas vidas e meios de subsistência.”
Meko Adem Dawud, etíope que falou em nome das mulheres agricultoras, afirmou:
“Estamos enfrentando múltiplas crises que afetam nosso sustento como mulheres agricultoras. Na COP30, estamos exigindo um lugar na mesa de negociações para podermos falar por nós mesmas sobre nossos interesses. Queremos financiamento climático na forma de doações daqueles responsáveis por causar a crise climática, que aumentou a frequência de secas e enchentes, provocando perdas de colheitas e insegurança alimentar em nossos países.”
Ela acrescentou: “A liderança das mulheres precisa ser priorizada nas discussões sobre financiamento climático e sobre tecnologias de energia renovável na agricultura.”
Notas para a imprensa
Além das pessoas citadas na nota, há porta-vozes brasileiros disponíveis em Belém, como a especialista em Justiça Climática Jessica Siviero e o coordenador de Políticas e Programas, Junior Aleixo. Entre em contato com a assessoria de imprensa:
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