Valor Econômico: Desmate deixa babaçu longe de quebradeiras

O avanço do desmatamento nas regiões Norte e Nordeste do Brasil tem afetado comunidades extrativistas, como as quebradeiras de coco babaçu, uma árvore nativa do Cerrado que é fonte de renda de pelo menos 350 mil mulheres. Antes presentes nos quintais das casas, os babaçuais estão cada vez mais distantes ou sofrem com a contaminação por agrotóxicos aplicados em áreas de grãos que estão próximas aos babaçuais. Viver do coco, dizem as quebradeiras, tem se tornado mais difícil.
“Antes, os babaçuais estavam nos nossos quintais. Hoje, temos que caminhar até dois quilômetros para entrar na floresta”, diz Maria Edinalva Ribeiro, quebradeira no município de Berço do Papagaio (TO). A situação chamou a atenção da ActionAid Brasil, que elaborou um estudo inédito sobre os impactos da expansão agrícola nos territórios dos babaçuais. A organização vai publicar o relatório nos próximos dias.
Segundo a entidade, que antecipou o estudo ao Valor, o avanço da soja levou ao cercamento das palmeiras, dificultando o acesso das mulheres ao coco. A pulverização de agrotóxicos nas lavouras próximas também contamina as árvores, comprometendo sua produtividade.
Clippings que podem te interessar
Folha de S. Paulo: Organização lança campanha por isenção de IR para maioria e taxação de super-ricos
Saiba maisThe Independent: Importante organização retira contas do HSBC devido a 'danos climáticos superiores a £100 bilhões'
Saiba mais