Começa na próxima sexta-feira (18.11.2016) o segundo módulo do Curso de Formação sobre Direito à Cidade para Mulheres, no Recife. Cinquenta participantes estão inscritas, entre moradoras de comunidades em situação de conflito fundiário, sob ameaça de remoção, e ativistas e representantes de movimentos, entidades e organizações sociais de Pernambuco que atuam pelo direito à cidade e à moradia adequada e do movimento de mulheres. As aulas acontecem até domingo no Centro de Educação Comunitária e Social do Nordeste (CECOSNE).

Nesta etapa do curso, será debatida a falta de inclusão das mulheres no planejamento urbano e seus desdobramentos na oferta de serviços públicos que não levam em consideração questões de gênero. O resultado é um espaço público pouco convidativo e seguro para a circulação de mulheres, que enfrentam experiências e medos de violência e assédio.  Além disso, será apresentada às participantes a campanha Cidades Seguras para as Mulheres, da organização internacional de combate à pobreza ActionAid. A campanha pede a melhoria da qualidade dos serviços públicos, a fim de diminuir a violência contra as mulheres nos espaços urbanos. As alunas serão convidadas a pensar planos de incidência sobre políticas públicas pela melhoria dos serviços que mais impactam suas vidas.

Compreendemos que é preciso empoderar as mulheres, estimulando-as a serem protagonistas das mudanças que desejam ver. Este curso é o momento de articular conjuntamente, congregando diferentes experiências, formas de organização e incidência, com o objetivo de fortalecer o direito à cidade das mulheres.

– afirma Jéssica Barbosa, assistente do Programa de Direitos das Mulheres da ActionAid no Brasil.

O curso é uma iniciativa inédita na cidade do Recife e uma realização de ActionAid e Habitat para a Humanidade. O primeiro módulo aconteceu no mesmo local, no início do mês e abordou as desigualdades estruturantes de gênero nas cidades. Em 03 de dezembro, as alunas encerram as atividades do curso com participação no Ocupe Passarinho, evento que reivindica o direito à moradia de cinco mil famílias da Vila Esperança.