Sete anos após terremoto no Haiti, estamos liderando de forma inspiradora a reconstrução no país
Quase sete anos depois de um devastador terremoto ter matado mais de 200 mil pessoas no Haiti, outro desastre ocorreu. O furacão Matthew chegou ao Haiti na noite de 4 de outubro de 2016, derrubando casas, destruindo plantações e meios de subsistência, e matando centenas de pessoas. Em algumas áreas, até 90% das casas foram destruídas. Como sempre, os mais afetados foram as pessoas mais vulneráveis, as mais pobres e as que vivem em áreas mais remotas.
Estamos no Haiti desde 1997 e respondemos tanto ao terremoto no Haiti como ao furacão Matthew rapidamente, pois tínhamos uma relação de longa data com nossos parceiros locais nas regiões mais afetadas. Apenas na resposta ao furacão, já ajudamos mais de 36 mil pessoas, fornecendo alimentos, abrigo, kits de higiene, dinheiro para a agricultura e pequenos negócios, e proteção para as mulheres.
Mulheres estão no centro dos nossos programas humanitários
Durante os anos de experiência com as respostas humanitárias, descobrimos que é crucial reconhecer as necessidades específicas das mulheres, particularmente no que diz respeito à proteção, uma vez que sabemos que a violência contra as mulheres aumenta após uma emergência. Mas estamos dando um passo adiante e garantindo que as mulheres não sejam apenas protegidas, mas capacitadas para serem líderes durante a resposta. Acreditamos que isso tem um impacto de longo prazo no sentido de capacitar as mulheres e de garantir que suas vozes sejam ouvidas dentro de suas comunidades.
Por isso, antes mesmo do furacão Matthew, já havíamos treinado mulheres locais para serem líderes de emergência em algumas das regiões mais propensas a desastres no Haiti. Isso significa que as moradoras que lideraram a nossa resposta sabiam exatamente o que suas comunidades precisavam, assegurando que os suprimentos essenciais chegassem às pessoas mais vulneráveis.
Empoderamento e parceria garantem um trabalho transparente
Sem essas características, é fácil para as comunidades locais se desiludirem com as atividades. No início de nossa resposta ao furacão Matthew, realizamos oficinas com membros da comunidade, parceiros locais e nossa equipe, para decidir as melhores maneiras de sermos transparentes. Como resultado, apresentamos às pessoas afetadas detalhes de todas as atividades que seriam realizadas, listas de beneficiários e critérios de seleção, também criamos um serviço de feedback via SMS para que a população pudesse expressar suas ideias ou preocupações sobre a resposta da ActionAid.
Também treinamos 16 jovens de comunidades locais para ajudar a monitorar nosso trabalho, usando a tecnologia GPS para mapear as famílias que foram alcançadas. Envolver a comunidade e as organizações locais desta forma é crucial para garantir que estamos entregando o que as pessoas realmente precisam. Por exemplo, em uma área de Grand Anse, as mulheres nos falaram da grande quantidade de árvores mortas perto de suas casas, o que significava que elas não precisavam de dinheiro para comprar madeira, mas precisavam desesperadamente de metal para fazer a cobertura de abrigos. O material não estava disponível localmente, então elas pediram que a ActionAid fornecesse o metal.
Sete anos após o terremoto no Haiti, as lições que aprendemos preparam o caminho para uma resposta mais forte, embora as questões fundamentais que enraízam o empobrecimento no país ainda precisem ser combatidas.
por Yolette Etienne, Coordenadora Executiva da ActionAid no Haiti.
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