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Quilombo Sacopã recebe evento, promovido pelo Projeto SETA, em celebração ao Dia da Consciência Negra

Data: 24/11/2022 Por: ActionAid

Fotos: Afroafeto

Com histórias de luta, aprendizado, resistência, união, confraternização e diversão. Assim foi o Dia da Consciência Negra no Quilombo Sacopã, localizado às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, Zona Sul do Rio de Janeiro. O Projeto SETA foi o responsável por promover a ação, que contou com a presença de dezenas de pessoas para celebrar a memória de Zumbi dos Palmares no último domingo, 20 de novembro. Com uma programação especial, o encontro reuniu convidados para falar sobre a importância de uma educação antirracista e a importância de ocupar espaços como o do Quilombo em um dia histórico para a população negra. Na ocasião, estiveram presentes profissionais da educação, ativistas e representantes de órgãos que lutam pela equidade racial no Brasil.

A mediação ficou por conta de Dandara Oliveira, especialista de juventudes e projetos, e Luciana Ribeiro, especialista em educação e raça, ambas do Projeto SETA. O líder do Quilombo, Luiz Sacopã, abriu as apresentações abordando sobre o significado do local receber a iniciativa: “A ação de hoje, para nós, é como uma redenção, pois marca a força e a capacidade de resistência do povo negro”, comentou Luiz, de 79 anos.

Comunidades Quilombolas no estado do Rio de Janeiro

Criado no fim do Século 19, por escravos fugidos de Macaé, o Quilombo Sacopã tem, hoje, cerca de 30 moradores e é um dos que resistem, entre outras questões, à especulação imobiliária e ao apagamento da memória. De acordo com Associação das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio de Janeiro – ACQUILERJ – o território fluminense tem 52 comunidades Quilombolas, dessas, apenas três são tituladas. Bia Nunes, presidente da ACQUILERJ, esteve presente durante a ação e comentou sobre as dificuldades enfrentadas por essas comunidades. “Falar sobre a questão quilombola no Brasil, mesmo que tenhamos conquistado mais espaço e poder de fala, ainda é bastante difícil. Por isso, é muito importante fazer a nossa voz ecoar e continuarmos resistindo”, salientou a presidente da ACQUILERJ.

Educação afrocentrada e enfretamento ao racismo

Gaby Makena, pedagoga, doutoranda em educação pela UFF, mestra em educação pela UniRio, integrante do Grupo de Estudos e Pesquisa Negra, e professora alfabetizadora da Casa Amarela, abordou o tema Educação afrocentrada no momento da alfabetização. “Alfabetizar e letrar, na minha concepção, devem estar diretamente relacionados ao letramento racial. Na minha perspectiva, é necessário começarmos a trabalhar esse aspecto de luta diária desde a primeira infância”, comentou a professora, que também trouxe para a discussão a importância da Lei 10.639/03, que aponta a obrigatoriedade da inclusão do ensino de História e Cultura Afro-brasileira na educação básica.

“Esse é um projeto político que foi muito endossado pela luta da professora Azoilda Loretto da Trindade, a responsável por apresentar ao Ministério da Educação a importância de falar sobre as pautas raciais e indígenas na educação Brasileira”.

Ainda na primeira parte do evento, Pâmela Carvalho, mestra em educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGE), representante da ONG Redes da Maré, educadora social e pesquisadora, falou sobre a importância do dia 20 de novembro para o enfrentamento ao racismo e das farsas que destorcem a memória da cultura negra. “A história das populações negras, especialmente, nos países que foram colonizados, é permeada por mentiras, na pespectiva de um projeto de apagamento das nossas memórias e subjetividades. Uma dessas primeiras falácias é que a história da população negra começou com a escravidão.

Na verdade, teve início na África, muito antes desse fenômeno mundial. Já temos dados, inclusive, que apresentam o norte da África como uma das regiões mais antigas do mundo”, detalhou a educadora e pesquisadora. Ao fim de sua fala, Pâmela propôs uma dinâmica onde cada um dos participantes citou uma referência negra. Nomes como Carolina Maria de Jesus, Preta Ferreira, D. Orosina Vieira, Djamila Ribeiro, Flávia Oliveira, Gilberto Gil, Milton Santos, Abdias do Nascimento, Nuala Costa foram mencionados entre outros.

Programação incluiu palestras, oficinas, exposições e exibição de documentário / Foto: Afroafeto

Feijoada, jongo e poesia

Após o almoço, que teve no cardápio a tradicional feijoada do Quilombo, a segunda etapa da ação iniciou com a exibição do Documentário “Mimbó – Filhos da Liberdade”. O filme conta a história de uma comunidade quilombola existente há 200 anos. Ela foi criada quando quatro irmãos escravizados, fugidos de fazendas de Pernambuco, percorreram pelo mato por cerca de 680 quilômetros até a Vila de Amarante, no Piauí.

O encerramento da ação teve apresentações de poesia, jongo, do Grupo Afrolaje, e a participação de Eliza Lucinda, a atriz, poetisa, jornalista, escritora e cantora que fez críticas à desigualdade do ensino público em relação ao privado.

“O estudante de uma escola pública não tem acesso ao mesmo conteúdo que um aluno da rede privada e, depois, é obrigado a disputar ‘igualmente’ uma vaga no mercado de trabalho com eles. Isso, além de tudo, é muito cruel”.

Para encerrar a programação do dia, a artista declamou um poema de sua autoria intitulado “Profecia”, escrita com base em um episódio de racismo que sofreu logo após se mudar para o Rio de Janeiro e ter conquistado seu primeiro papel na TV. Na ocasião, de acordo com seu relato, a atriz estava em uma padaria, quando foi abordada por uma mulher que, sem a conhecer, sugeriu que ela participasse da Páscoa das domésticas. “Um dos pontos do racismo estrutural é achar que os negros só podem ter determinadas profissões”, discursou a artista.

Profecia

“Um dia eu vou rir disso tudo. Vou ter saudade do medo que eu tinha de não ter dinheiro amanhã. Um dia eu vou ser irmã da certeza de comer e beber e comprar discos e calcinhas todo dia, e ter galinha no quintal e viver bem. Um dia, meu bem, me verás vestida de ouro e pensarás que eu vou para uma festa. A festa será aquela, esta de estar em casa sem tensão, sem terceira imundície. Um dia, meu irmão, te direi: não te disse?, e serei a negra mais feliz do Brasil. Não serei imbecil, serei sábia  e sutil na riqueza. Eu que era ovelha negra da quadrilha vou sustentar a família com tanta beleza. Um dia vou pôr à mesa que o mundo guardou para mim: patroa e empregada do meu próprio festim!”






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