Plantar agroecologia para colher um mundo melhor
Elisete Rufino, 41 anos, mora com o marido e seus três filhos em Divino, Minas Gerais. Ela é agricultora e participa do grupo de mulheres do nosso parceiro Centro de Tecnologia Alternativa, ajudando a mobilizá-las para os intercâmbios de troca de experiência e as sensibilizando sobre seus direitos.
Elas passam a entender que não são só donas de casa, só mães de família, elas são muito mais do que isso. Tem muita mulher que trabalha em casa e fica achando que não trabalha tanto assim, mas elas passam entender que elas também geram renda para além da economia. Porque tudo o que se planta, que se colhe, se não vai para a mesa, vai para a venda.
Vemos que o senso de comunidade que a mulher tem é muito diferente, né? A gente tá sempre trocando uma semente, trocando uma muda, levando uma verdura pra uma vizinha. É bem diferente da cabeça de só vender, isso que a gente faz também é importante, criar essa rede.
João, seu caçula, tem 6 anos e a companha a mãe desde bebê a todas as atividades, participando das cirandas realizadas para as crianças nesses espaços.
Tudo o que o João Antonio aprendeu foi com o CTA. Foi através das oficinas, que eu sempre levei ele comigo. Tem um espaço para as crianças e o grupo que fica com elas fala sobre o mesmo tema que tá sendo trabalhado com as mulheres, então eles aprendem junto com a gente de maneira contextualizada e depois conversam conosco no dia a dia. O João, por exemplo, já sabe que todo mundo tem que ajudar no trabalho da casa de maneira igual, seja homem, seja mulher.
Assim, desde pequeno ele foi familiarizado com uma agricultura sem veneno, que preserva e cuida do meio ambiente e animais.
Mamãe contou que o papai teve uma doença. Aí ficou com uma baita dor de cabeça. Desde então a gente não joga mais veneno nas plantas. Além de matar a planta, o veneno mata as formigas. Também aprendi a fazer homeopatia para cuidar dos animais.
Na região da Zona da Mata de Minas Gerais, o nosso parceiro Centro de Tecnologia Alternativa trabalha para ampliar o conhecimento e a prática da agroecologia de agricultores familiares e promover o acesso a políticas públicas. As famílias beneficiadas passam a adotar práticas agroecológicas em seus quintais, aumentando sua renda e meios de subsistência ao diversificar sua produção. Juntos desde 2005, nosso principal projeto é o Curupira, onde a cada ano crianças de mais de 30 escolas da região aprendem sobre diferentes temas para resgatar a sua identidade tradicional e valorizar a cultura local.
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