‘Giro pelo Cerrado’: websérie mostra a vida dos povos e comunidades que vivem em harmonia com o bioma
Você sabia que o Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro? Tem 5% de toda a biodiversidade do planeta e a savana com maior número de espécies. No entanto, é uma área que não está devidamente protegida pela legislação brasileira – só 11% dos territórios são cobertos por reservas ou Unidades de Conservação. Ainda assim, os povos e comunidades tradicionais que ali habitam buscam viver em harmonia com esse ecossistema.
É com o objetivo de mostrar a vida dessas pessoas que a Campanha Nacional em Defesa do Cerrado – da qual a ActionAid faz parte desde 2016 – criou a websérie “Giro pelo Cerrado”. Os episódios propõem uma lente de aumento sobre os modos de vida que convivem em perfeito equilíbrio com a vegetação nativa – graças aos saberes dos pequenos agricultores, dos quilombolas e das quebradeiras de coco, que conhecem tão profundamente o chão onde pisam.
O primeiro episódio, que já está no ar, retrata a rotina de Jorlando Ferreira, que é biólogo, quilombola e agricultor em Araguatins, no estado do Tocantins. Ele mostra a variedade de pés plantados, e como eles se relacionam, se nutrem, se protegem, e criam um equilíbrio perfeitamente agroecológico.
Não temos monocultura. Temos nas entrelinhas o plantio de amendoim, mandioca, feijão, maracujá, graviola, ata e vinagreira. Para fazer sombra para o cacau, temos a leucena, que serve de ração para o gado. E para ajudar na sombra do cupuaçu, temos o feijão guandú. Entre os pés de cacau temos o quiabo. Temos uma planta nativa da nossa região de transição Cerrado-Amazônia, o bacupari. E próximo à vinagreira temos o plantio de pequi, que dá num espaçamento maior. Não estamos falando de “agro é pop”, estamos falando de agroecologia.
Assista ao vídeo:
Os canteiros de Raimunda Nonata também são variados – têm cheiro verde, melão, pimentinha de gosto, banana, alho, alface, pepino, tomate, quiabo, mamão, entre outras hortaliças. A agricultora, quilombola e quebradeira de coco é de Parnarama, no estado do Maranhão, e é a personagem do segundo episódio do “Giro pelo Cerrado”.
Cuido das raízes e das sementes crioulas, não só para o meu consumo, mas para o consumo de outras comunidades. Repasso esses produtos para o Programa de Aquisição de Alimentos. Sou preocupada com as raízes porque a gente cuida delas para a medicina. Tudo isso fortalece a nossa luta dentro do território.
Assista ao vídeo:
Sobre a Campanha Nacional em Defesa do Cerrado
A Campanha Nacional em Defesa do Cerrado reúne mais de 50 organizações e movimentos sociais, e busca conscientizar sobre os impactos causados pelos grandes projetos de agronegócio, mineração e infraestrutura. Ao mesmo tempo, valoriza e reforça a identidade dos povos do Cerrado – que são os guardiões desse patrimônio mundial. Além do “Giro pelo Cerrado”, a Campanha vem promovendo uma série de bate-papos ao vivo pelo YouTube, com conteúdos também focados nos povos locais e suas lutas. Clique aqui para acessar a playlist completa.
Você pode ajudar a Campanha Nacional em Defesa do Cerrado assinando a petição pela aprovação da PEC 504/2010, que transforma o Cerrado e a Caatinga em Patrimônio Nacional, que já foi entregue ao Congresso Nacional, no ano passado. A lista já conta com mais de meio milhão de assinaturas, e tem como nova meta chegar a um milhão.
Assine a petição e compartilhe.
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