Educação antirracista: estudantes de São Paulo se unem para apadrinhar criança pela ActionAid
Uma turma do 4º ano de uma escola da cidade de São Paulo decidiu fazer algo diferente diante de uma proposta do livro pedagógico “Nosso Livro de Projeto Integradores”, que desafiava a turma a criar um projeto de cunho social. Ao lado da professora Analis Montesanti, os alunos se juntaram para apadrinhar uma criança pela ActionAid.
Tudo começou quando a professora conheceu o trabalho da ActionAid em um comercial na televisão. Ela então debateu a ideia com a turma formada por crianças de 9 a 10 anos, que se empolgou com a perspectiva e, depois de uma reunião com os pais onde tudo foi acertado, todos assinaram um termo de compromisso e Analis fez o cadastro em seu nome.
Daqui pra lá, de lá pra cá
A menina selecionada pela ActionAid para ser apadrinhada foi Nisha, uma menina de 5 anos que vive no interior de Uganda. O país é o mais jovem do mundo e quase 80% da população tem menos de 30 anos, mas a maioria está desempregada e depende da agricultura para sobreviver. Por isso, o trabalho da ActionAid na região é focado em ampliar o acesso à alimentação através de uma agricultura sustentável, além de fortalecer o acesso de crianças e jovens à educação, principalmente de meninas, que são as que mais sofrem com as violações de direitos.
O projeto ganhou o nome “África – daqui pra lá, de lá pra cá”. Regularmente, os alunos recebem atualizações sobre a vida de Nisha e de que forma a doação deles ajuda a mudar sua comunidade, e escrevem coletivamente de volta para ela, contando coisas sobre o Brasil. Orientados pela professora, eles também fazem paralelos entre as realidades dos dois países e estudam em mapas, livros e vídeos características de Uganda.

Uma das cartas enviadas pelas crianças para Nisha; a turma escreve coletivamente em português e, com a ajuda do Google Tradutor, passam o texto para o inglês
Segundo a professora Analis, a atividade mudou a forma como as crianças se relacionavam com o mundo.
“Essas atividades contribuem para a visão de mundo dessas crianças, estimulando que elas usem o que aprendem na escola para ver o mundo. Depois da pandemia, as crianças voltaram com um individualismo muito forte e o projeto desconstruiu isso. As crianças se tornaram mais sensíveis, com um olhar mais aberto”.
A Coordenadora de Vínculos Solidários da ActionAid no Brasil, Daniele Rocha, explica como as doações geram mudanças para além da vida da família da criança apadrinhada, transformando especialmente toda a comunidade ao seu redor.
“Ao optar pelo apadrinhamento, quem doa beneficia toda a comunidade em que a criança vive, potencializando oportunidades de educação, de geração de renda, de acesso à água e alimentação de qualidade e outros direitos. São mudanças que ajudam a transformar também as chances de desenvolvimento das gerações que virão depois dessa criança apadrinhada. E, para além desse impacto positivo na comunidade, doadores e doadoras também têm as vidas transformadas nessa relação ao receberem as correspondências e materiais informativos da ActionAid. É muito comum ouvirmos relatos comoventes do quanto é transformadora essa troca de experiências sobre contextos, cenários, culturas e modos de vida que podem ser bem diferentes dos nossos, mas com fortes semelhanças também”.
Saiba mais sobre o Apadrinhamento da ActionAid aqui e mude uma vida
Acompanhe as ações de educação antirracista do Projeto SETA, da ActionAid
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