Documentário realizado pelo Projeto SETA mostra como indígenas que vivem na cidade lutam para preservar suas origens
Em parceria com o Canal Futura e a produtora Couro de Rato, o Projeto SETA realizou o documentário “Pegadas da Floresta", um olhar sensível sobre a vida e a luta de artistas indígenas que, apesar das dificuldades encontradas na vida urbana, se esforçam para preservar suas culturas e tradições. A produção, que propõe a reflexão sobre a ancestralidade, o racismo e a educação inclusiva, foi a vencedora do 14º Doc Futura e está disponível no Globoplay e no YouTube do Canal Futura.
No documentário, acompanhamos três histórias: a de Mirim Mano Glowers, rapper da etnia Mbya Guarani, que vive com sua esposa e filho de cinco anos na região de Jaraguá em São Paulo - o menor território indígena do país, frequentemente invadido em suas fronteiras com a cidade; a de Lian Gaia, indígena autodeclarada, nascida em Belford Roxo no Rio de Janeiro, formada em psicologia e performer ligada à Aldeia Marakanã - espaço carioca formado por indígenas em contexto urbano, que lutam pela criação de uma universidade indígena; e a de Ana Kariri, líder indígena, artista plástica, arte-educadora e escritora nascida na Paraíba - no território indígena no município de Esperança, terra dos Kariri remanescente dos Banabuê. Forçada a deixar sua terra com sua mãe e ir para Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, aos 8 anos, ela vive a arte como um todo, entendendo que faz parte desse legado e memória de seu povo.
É através do dia a dia e das práticas artísticas desses personagens que o filme aborda as complexas realidades de indígenas que não vivem em terras demarcadas, mas continuam a preservar suas raízes e a lutar contra o apagamento de suas histórias.
Ana Paula Brandão gestora do Projeto SETA e Diretora Programática da ActionAid, destaca a importância do documentário ao propor a reflexão sobre as experiências das populações indígenas em espaços urbanos.
“[A obra] traz à tona questões essenciais para a nossa luta por uma educação antirracista e equitativa. As personagens do filme ilustram como o racismo se manifesta no ambiente escolar. Com o alcance e a capilaridade do documentário, teremos a oportunidade de ampliar o debate sobre esses temas. No Projeto SETA, acreditamos que, ao dar visibilidade a essas histórias, podemos sensibilizar a sociedade para a urgência de uma educação inclusiva e verdadeiramente transformadora".
Com um olhar afetuoso e crítico, “Pegadas da Floresta” oferece uma oportunidade única para o público refletir sobre as experiências das populações indígenas nas grandes cidades e sobre as questões que afetam diretamente sua luta por reconhecimento, igualdade e educação. Ao dar visibilidade a essas histórias, o documentário se torna uma ferramenta poderosa na busca por uma sociedade mais inclusiva, onde a cultura indígena não seja apenas preservada, mas também valorizada.
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