ActionAid

Valéria tinha 9 anos quando começou a participar das atividades realizadas pelo Esplar e apoiadas pela ActionAid. A organização parceira, que atua em Fortaleza e outros municípios do semiárido cearense, logo se tornou sinônimo de aprendizado e novidade. Hoje, aos 21 anos, Valéria trabalha na mesma escola onde estudou e sua filha participa das mesmas atividades de Apadrinhamento, aprendendo e vivendo novas experiências como sua mãe, anos atrás.

Do período que participava das atividades, Valéria se lembra pouco, mas o que ficou marcado foram as recordações de estar em contato com seus colegas e viver em comunidade. “O que marcava era que a gente sempre brincava em coletivo, na hora das cartinhas, das pinturas. Era bom! A gente saía da rotina de sala de aula. Lembro de pouca coisa, mas já falavam sobre a natureza, sobre a água e assim fui aprendendo.”

Esse aprendizado gerou frutos e, hoje, ela atua como professora na escola onde estudou e onde, hoje, sua filha também estuda. Para ela, "é legal ver essa trajetória de que eu estudei aqui, vim trabalhar aqui e hoje minha filha estuda aqui. Me sinto orgulhosa.”

Apesar de realizada, Valéria não se esqueceu do sonho de criança que alimenta até hoje: ser enfermeira e ajudar ainda mais pessoas.

“Era meu sonho mesmo e ainda não desisti desse sonho. Ainda sou muito nova. Vou fazer ainda a faculdade de enfermagem e trabalhar na área da saúde. O que eu mais gosto é servir e cuidar das pessoas.”

Além de dar aulas na mesma escola onde estudou, Valéria hoje também observa sua filha, Gabi, de 6 anos, trilhando o mesmo caminho que ela percorreu anos antes.

“Me dá até uma emoção em falar da Gabi. Meu Deus, ela é danada, viu!? É muito esperta e inteligente. Ela só tem seis anos e dessa idade ela sabe de coisas que nem eu sei. Ela gosta muito de desenhar, adora andar de bicicleta e ir pra casa da bisavó".

Incentivar essas paixões foi, inclusive, um dos motivos pelos quais Valéria decidiu inscrever Gabi no programa de Apadrinhamento da ActionAid.

“Pela minha experiência eu gostava de fazer as cartas, desenhar, pintar e a Gabi também gosta, inscrevi para incentivar esse gosto dela. Quando ela percebe que é boa em desenho, ela entende que pode ser boa no que quiser e se dedicar. Fora que incentiva também a ela pensar sobre o uso da água, principalmente aqui no interior onde a água é cada vez mais escassa.”

É essa confiança que Valéria deseja que todas as crianças consigam desenvolver, assim como ela encontrou a dela. “Se eu pudesse mandar uma carta para mim quando criança, escreveria dizendo ‘tudo o que você sonhou, está vivendo agora, só que muito melhor’, e que ela continue, porque ainda vem muito mais que isso.”

“Eu sonho que as crianças se desenvolvam apesar das dificuldades, que sejam incluídas na sociedade, na escola, em casa. Que elas possam ser o que quiserem, como sempre digo a elas, independente das dificuldades. Incentivo muito que elas cresçam. E sonhem.”