Defensoras do meio ambiente ganham destaque em exposição apoiada pela ActionAid

Quando falamos sobre proteção do meio ambiente, quem são as pessoas efetivamente na linha de frente, resistindo? É uma luz sobre essas pessoas que a exposição “Somos o Clima que Protegemos”, em exibição no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, busca lançar. A mostra potencializa a voz de 14 mulheres que atuam na linha de frente das lutas socioambientais no Brasil – de resistência contra empreendimentos que ameaçam suas comunidades ao enfrentamento de violações de direitos.
O lançamento da exposição aconteceu no início do mês e contou com a presença - além das defensoras – da Diretora Programática da ActionAid, Ana Paula Brandão, e outras referências na defesa de direitos, como a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) e a assessora do Ministério das Mulheres Joci Aguiar, além da coordenadora executiva do IEB, Andreia Bavaresco; a diretora da Apremavi, Miriam Prochnow; e a diretora executiva do Instituto Internacional Arayara, Nicole Oliveira, entre outras convidadas.

Para Ana Paula Brandão, o foco nas defensoras é não só importante, como essencial para garantir que elas sigam vivas e seguras para continuarem na luta.
“Sucessivamente vemos essas mulheres sendo atacadas, mortas, sofrendo várias violências, sendo expulsas de seus territórios, de seus trabalhos. Então é fundamental que a gente, enquanto sociedade civil, principalmente como movimento social, se organize pra tentar de alguma forma apoiá-las nessa tarefa e cobrar do estado, que é o ente que deve tomar conta disso, cuidar dessas mulheres, que faça o seu papel.”

Uma das defensoras retratada na exposição é Sarah Marques, uma das fundadoras do coletivo Caranguejo Tabaiares Resiste, de Recife, apoiado pela ActionAid e que recentemente recebeu a visita do secretário de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Senapir) do Ministério da Igualdade Racial, em um esforço de aproximar o poder público das pautas necessárias para a região.
“A gente enfrenta o racismo ambiental porque ele é um recorte do racismo estrutural, mas que atinge a gente nesse lugar da falta de estrutura dos territórios, nesse lugar de que quem morre primeiro, né? Tem a cor, tem um lugar, tem o CEP, às vezes nem tem CEP, porque você procura no mapa e não vai achar. Mas tem mulheres, tem crianças, dessa cor e dessa raça, que estão lá, vulneráveis. A gente tá lá, vivo, e a gente se adapta, vai lá, planta, acolhe e organiza esses territórios.”
Além de Sarah, estarão no Museu do Amanhã: Andira Angeli Cacheado e Silva (Casa Miga Acolhimento LGBTQIA+, do Amazonas); Angela Maria Feitosa Mendes (Comitê Chico Mendes, do Acre); Benedita da Guia Ferreira Mendes (Instituto Centro de Vida, de Mato Grosso); Francisca Maria da Silva (Economia Solidária, de Minas Gerais); Linalva Cunha Cardoso Silva (Coletivo de Mulheres Trabalhadoras Rurais, do Maranhão); Maria Ducenilde Mendonça (Pijcre Akroá, do Maranhão); Maria Flor Torres Calçado (Casa Ilharga, templo Maria Bárbara Soeira Toya Azakar, do Pará); Neide Alves dos Santos (Rede Territorial de Economia Solidária do Litoral Norte e Agreste Baiano, da Bahia); Selma dos Santos Dealdina Mbaye (Conaq, do Espírito Santo); Severiá Maria Idioriê (Fundo Casa Socioambiental, de Mato Grosso); Tatianny Cristina Queiroz Soares (Rede Jandyras, do Pará); Valdinéia Sauré (Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós, do Pará).
A exposição segue aberta ao público até o dia 13 de junho e recebe apoio, além da ActionAid, da Fundação Avina, Fundo Casa, Instituto Arayara, Hivos e Purpose, realização do Observatório do Clima em parceria com o Museu do Amanhã.
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