Como o apadrinhamento da ActionAid ajuda a construir os sonhos de crianças como Bruna

Vaqueira, pois ela adora bois e vacas. Ou talvez jogadora de futebol. Bruna, de 8 anos, ainda não sabe muito bem o que vai ser quando crescer, mas já começou a entender – nas atividades de apadrinhamento realizadas pelo Esplar, com o apoio da ActionAid - que seja o que ela decidir, pode se tornar realidade.
Cerca de 600 crianças são diretamente atendidas em cinco municípios do Ceará, mas mais de 3 mil acabam sendo indiretamente beneficiadas, principalmente com atividades de sensibilização sobre mudanças climáticas e o impacto de práticas como a queima de resíduos sólidos ou nos roçados para preparar a terra. Além de ampliarem seus aprendizados sobre os temas, essas crianças também levam para casa muito do que aprendem e esse conhecimento se expande para toda a família.
Bruna ainda tem dificuldades em português, mas sua paixão é a matemática e as ciências; além, é claro, dos animais. Ela entrou para o programa de apadrinhamento há pouco tempo, mas já consegue sentir a diferença no seu dia a dia.
“Eu pinto, desenho, aprendo que não devemos maltratar a natureza, que não devemos cortar as árvores, porque as árvores trazem o nosso ar. Aprendi sobre comidas saudáveis. Gosto de cuidar das plantas e das galinhas. Cuidar das plantas ajuda a gente a ter água e ter ar.”

Para Dona Rosa, mãe de Bruna, a oportunidade de aprendizado da filha fará toda a diferença no seu futuro.
“No caso da Bruna ela tá aprendendo muita coisa. Ela está aprendendo sobre a alimentação, sobre o clima, sobre hábitos saudáveis. Ela já tem colesterol alto e está aprendendo sobre se alimentar melhor. Ela diz ‘Mãe, tem que ser comida saudável!’ Eu diria que esse é um belo trabalho que está fazendo muito bem para as crianças e para toda a sociedade.”
Nascida e criada na região, onde vive há mais de 30 anos, Dona Rosa consegue ver também a diferença no clima e em como isso vem afetando a rotina de trabalho de quem mora por lá.
“Tá diferente. Hoje a gente não sabe mais se vai chover muito ou pouco, tá cada dia mais quente. A gente tem aqui em casa água encanada e cisterna, mas às vezes a gente tem que comprar uma pipa d’água. A comunidade aqui tem um poço e aqui ao lado tem um açude e a gente puxa água de lá, mas teve tempo que o açude secou totalmente e a gente teve que ir buscar longe.”

Crianças como Bruna, que não só convivem desde cedo com a realidade do racismo ambiental e os impactos da crise climática, mas também têm a oportunidade de aprender sobre isso e de que forma esse cenário pode ser contornado, são a esperança para a construção de um mundo menos hostil com o meio ambiente e, consequentemente, com os seres humanos.
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