Cinco ações pela Justiça Climática em Bangkok
De 04 a 09 de setembro, estivemos com representantes em Bangkok para a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima. O encontro visou avançar nas diretrizes que permitirão colocar em prática o Acordo de Paris, que fez governos de 196 países se comprometerem a manter o aumento das temperaturas globais em 1,5 °C. Nossa pressão agora foi para que os líderes mundiais concordem com um “livro de regras” detalhado para a implementação das promessas feitas em Paris, atendendo a cinco ações-chave pela Justiça Climática.
As cinco ações-chave para a Justiça Climática são:
• O “livro de regras” para cumprir o Acordo de Paris deve garantir financiamento suficiente e previsível para os países em desenvolvimento lidarem com questões climáticas;
• A proteção deve ser garantida para as comunidades que sofrem perdas e danos causados pelas mudanças climáticas, e aquelas que convivem com os impactos da migração e do deslocamento induzidos por esta questão;
• O “livro de regras” deve salvaguardar a segurança alimentar, os direitos à terra e os direitos humanos, e avançar na busca por igualdade de gênero;
• É necessária uma ação urgente para reduzir as emissões de gases para que o objetivo do Acordo de Paris de limitar o aquecimento a 1,5 °C seja atingido.
• Todos os países devem assumir a sua cota de responsabilidade na questão climática. Os países desenvolvidos devem assumir a liderança, reconhecendo que contribuíram com a maioria das emissões nocivas, e apoiando as nações em desenvolvimento, uma vez que têm maior capacidade de resposta.
Em todo o mundo, nós atuamos com o tema das mudanças climáticas com foco nos impactos dessas alterações sobre as populações em maior situação de vulnerabilidade. Apesar de as mudanças climáticas já estarem impactando países desenvolvidos e em desenvolvimento, são as nações mais empobrecidas que sentem o maior peso dos eventos climáticos extremos. Em diversas comunidades apoiadas por nós, esses efeitos já são visíveis. Em geral, as mulheres e as crianças são as mais vulneráveis.
“Nos últimos dois meses, centenas de pessoas da Califórnia, nos Estados Unidos, a Kerala, na Índia, perderam suas vidas diante de desastres decorrentes das mudanças do clima, e muitas outras viram suas casas destruídas. Bangkok é nossa chance de impedir que as alterações climáticas saiam ainda mais do controle”, explica Adriano Campolina, diretor executivo da ActionAid.
Durante a Convenção, também fizemos um reforço na sensibilização para a Campanha Nacional em Defesa do Cerrado, que busca valorizar a biodiversidade e as culturas dos povos e comunidades do Cerrado, que lutam pela sua preservação.
O Cerrado, a maior savana da América do Sul, é um reservatório vital de dióxido de carbono, o gás do efeito estufa cujo aumento de emissões causadas pela queima de combustíveis fósseis e pelo desmatamento contribui para o aquecimento da atmosfera terrestre. Portanto, a proteção de sua vegetação nativa é considerada uma medida crítica para o cumprimento das obrigações do Acordo de Mudanças Climáticas de Paris.
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