ActionAid se junta a centenas de outras organizações em defesa do clima na Global Week of Climate Actions
Com a realização da COP30 no Brasil, em novembro desse ano, organizações dedicadas à transição justa, justiça climática e defesa do meio ambiente ao redor do mundo tem se mobilizado para pressionar governos e trazer mais visibilidade e soluções para a questão da crise climática. No Brasil, a ActionAid já participou da Rio Climate Action Week no último mês e lançou a campanha Fund Our Future, que pressiona instituições financeiras internacionais que atualmente investem na destruição do Cerrado brasileiro a mudar suas formas de investimento.
Agora, escritórios da ActionAid espalhados em diversos países se unem para fortalecer a voz da juventude e de mulheres em depoimentos e projetos que falam sobre transição justa: ações climáticas ambiciosas que levem em consideração o direito das pessoas a seus modos de vida, comida e energia acessíveis, direito à terra e seu direito a um futuro livre da ameaça do colapso climático.
Maryellen Crisóstomo, Consultora em Justiça Econômica e Direito das Mulheres da ActionAid, explica o que exatamente é necessário considerar para que uma transição econômica seja justa.
“Ela deve considerar as desigualdades e o racismo estruturante, que sempre segregou e marginalizou povos e populações não-brancas, tanto no Brasil quanto no Sul Global. Tem que considerar todas essas diferenças, todas essas desigualdades, pra fazer essa reparação de forma que todas as pessoas possam chegar no momento de adaptação, partindo do mesmo ponto. Porque, da forma que está, alguns vão ter condições de se adaptar, mas nós, povos e comunidades não-brancas, povos e comunidades tradicionais, vamos estar sempre à margem, sempre depois, sempre em segundo plano e observados só a partir de catástrofes".
As principais demandas da mobilização são:
- Financie o futuro, não a crise: bancos e governos precisam interromper o financiamento de combustíveis fósseis e agricultura industrial, alternativas de energia limpa e agroecologia já existem e são muito mais sustentáveis para as pessoas e o planeta;
- Uma transição justa precisa considerar todos: o combate a crise climática precisa proteger também as vidas, territórios e direitos de mulheres, homens e crianças ao redor do mundo;
- Agroecologia como resposta: uma transição justa na agricultura é importante para fortalecer a resiliência climática e, no Brasil, também é essencial para proteger biomas atualmente ameaçados, como o Cerrado.
- Sem falsas soluções: a COP30 precisa entregar uma solução prática e factível, acordada entre todos os países participantes, que transforme setores-chave, como agricultura e energia.
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