ActionAid destaca a importância do cessar-fogo em Gaza como passo inicial para fim do sofrimento e busca por justiça
Quinze meses de violência inimaginável e horror transformaram Gaza em um inferno na Terra. Embora o acordo de hoje para interromper as hostilidades traga algum alívio ao povo exausto de Gaza, ele não substitui um cessar-fogo permanente que respeite os direitos dos palestinos de determinar seu próprio futuro.
A comunidade internacional deve exercer a máxima pressão sobre todas as partes para garantir urgentemente o fim duradouro dessa guerra, e sobre o governo israelense para que acabe com sua ocupação ilegal do território palestino. O governo israelense deve ser responsabilizado por todas as violações do direito internacional humanitário e deve cumprir os processos em andamento nos tribunais internacionais sobre as acusações de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
A brutal e implacável ofensiva militar israelense deixou mais de 46 mil mortos, dezenas de milhares com ferimentos que alteraram suas vidas e transformou grande parte de Gaza em um deserto, com mais de dois terços dos edifícios destruídos. Um cessar-fogo não trará de volta as centenas de milhares de casas que foram destruídas, nem as cidades inteiras apagadas do mapa. Por isso, os esforços de reconstrução devem começar agora com urgência para fornecer abrigo para os milhares de palestinos sem casa e deslocados por toda a Faixa de Gaza.
À medida que o cessar-fogo entra em vigor, todos os esforços devem se voltar para atender à enorme necessidade humanitária em Gaza, onde as pessoas estão morrendo de fome e crianças estão congelando até a morte. A ajuda – especialmente alimentos nutritivos, água potável, itens de abrigo, medicamentos e combustível – deve ser enviada imediatamente para Gaza, enquanto mulheres e meninas também necessitam de itens essenciais como produtos menstruais, bem como lugares seguros e privados para se abrigarem.
Embora tenhamos esperanças de que este acordo de cessar-fogo seja um passo adiante crucial, ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar a justiça e a responsabilização que os palestinos merecem pelas inúmeras atrocidades que foram cometidas.
Fidaa, uma oficial de projetos no Al Aqsa Sports Club, organização parceira da ActionAid em Gaza, teve marido e irmão mortos durante o conflito.
“A história da minha família não é única aqui em Gaza, é uma entre tantas outras. Enquanto estou aqui, me agarro a uma esperança frágil de que este momento marque, não apenas o fim da violência, mas o início de um mundo onde ninguém mais tenha que suportar o que nós suportamos.”
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