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ActionAid alcança 5 milhões de pessoas em resposta de emergência contra a crise do coronavírus
ActionAid alcança 5 milhões de pessoas em resposta de emergência contra a crise do coronavírus
Com a pandemia do novo coronavírus, inúmeras comunidades por todo o mundo se viram, do dia para a noite, de frente para crises sanitária e econômica sem precedentes. Nesse período de atenção total, a ActionAid entrou em ação, mobilizando equipes e recursos para uma ação de emergência global inédita. Nossa resposta humanitária se mostrou uma verdadeira onda de solidariedade e conseguiu alcançar mais de 5 milhões de pessoas de 37 países, em três meses.
Nossas ações de emergência dão conta de promover acesso a itens essenciais, como comida, água limpa e kits de higiene – milhões de cestas básicas foram distribuídas por nossas equipes. O acesso a informação adequada – assuntos como distanciamento social, uso de máscaras e observação de sintomas – também foi amplamente trabalhado nas mais variadas localidades.
O financiamento de abrigos para mulheres também é um ponto chave, pois possibilita a criação de resiliência nas comunidades nesse momento tão crítico. Na Índia, por exemplo, o Gauravi One-Stop Crisis Centre (referência no atendimento de mulheres vítimas de violência de gênero) se tornou uma espécie de balcão único de atendimento para diversos grupos sociais em vulnerabilidade.
Ainda não há vacina ou tratamento cientificamente comprovado para a Covid-19, e o mundo ainda sente profundamente os impactos desse surto. Espera-se que o número de pessoas que passam fome dobre até o fim do ano – a estimativa é que cerca de 250 milhões de pessoas correm risco de morrer de fome até o fim de 2020, segundo estimativas da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura.
Os trabalhadores informais estão num quadro crítico, com menor remuneração (ou impossibilidade de renda) e sem proteção trabalhista. E vale lembrar que a informalidade é ocupada, majoritariamente, por mulheres. Estima-se que quase um bilhão de trabalhadoras estão em situação de miséria.
Por isso, o diferencial da nossa resposta humanitária é a condução protagonizada por mulheres – nossas vivências mostram que elas são imprescindíveis para criar as estruturas comunitárias necessárias para o enfrentamento de crises. E portanto, devemos estar atentos para a vulnerabilidade desse grupo social, em específico.
Aqui no Brasil, conseguimos chegar a 10 estados com a ajuda de 16 organizações parceiras. De março a junho, conseguimos distribuir 26.098 cestas básicas para mais de 12 mil famílias, além de 15.962 kits de higiene pessoal e produtos de limpeza e 38.316 máscaras de proteção. Outra ação fundamental foi a Campanha Pela Divisão Justa do Trabalho Doméstico. Na Bahia e em Pernambuco, junto com as cestas também foram distribuídos 2.736 materiais informativos para mulheres sobre prevenção à violência doméstica.
Em alguns países da África, como Gâmbia e Etiópia, o acesso a kits de higiene foi fundamental para ajudar a conter a proliferação do coronavírus. A distribuição de higienizadores de mão permitiu a continuidade de serviços essenciais, como por exemplo, o funcionamento de uma cooperativa de crédito organizada pela ActionAid na Etiópia – tão fundamental para esse momento de crise econômica.
A secretária da cooperativa, Birhane, tem 23 anos e é mãe de duas crianças – matriculadas em creches instaladas pela Action Aid. A maior preocupação era ter de interromper seu trabalho de atendimento ao público, pois sem recursos para compra de material de higiene, estaria mais suscetível à Covid-19.
Graças à ActionAid, temos sabão em diferentes pontos da cidade. Podemos lavar a mão quando vamos ao mercado, ou para qualquer outra atividade. Isso protegeu a comunidade da pandemia.
Em Gana, onde a Covid se disseminou muito rapidamente, várias proibições comerciais foram estabelecidas – e a população ficou ainda mais vulnerável pela escassez de renda. No distrito de Asufiti, a ActionAid treinou 3.500 pessoas a respeito dos protocolos sanitários, e distribuiu suprimentos alimentares e de higiene.
No distrito de Ghoraghat, em Bangladesh, foram feitas 20 sessões educativas só para crianças, e 38 para os adultos. Ao final, todos recebiam sabão, detergente e higienizador de mãos. No campo de refugiados de Cox’s Bazar, também em Bangladesh, as mulheres têm acesso a um “espaço seguro” da ActionAid. É conhecido por elas como “shanti khana”, ou seja, um “lugar de paz”. Lá, as crianças podem ficar brincando e as mães têm acesso a trabalho. Elas receberam treinamento para costurar máscaras para vender – 20 mil peças foram feitas.
Mãe de cinco filhos, Anowaraa Begum diz que o espaço da ActionAid é o único lugar onde ela e os filhos podem lavar a mão.
Tive três meses de aula de costura, e estou vendendo as máscaras que produzi aqui. Estamos vivendo desse dinheiro. Se ocorre algum conflito na minha comunidade, eu venho ao ‘shanti khana’. Eu ensino para as pessoas tudo o que aprendo aqui.
No Zimbábue, a confecção de máscaras também foi um ponto de virada para as tensões comunitárias. O uso da proteção se tornou obrigatório, e a polícia começou a reprimir os habitantes que estavam com o rosto descoberto. Uma parceira da ActionAid reuniu as mulheres, que começaram a confecção, e a vendê-las para a população pelo preço de custo.
Outro centro de proteção à mulher que teve uma atuação fundamental na resposta humanitária à Covid-19 foi a Wefaq Society, no território de Gaza. A organização é parceira da ActionAid, e trabalhou incansavelmente por telefone para atender às vítimas de violência de gênero presas em suas casas por causa do isolamento social. Houve um crescimento expressivo de agressões domésticas, já que as vítimas estavam confinadas junto com seus agressores em tempo integral.
Em dois distritos de Uganda, a ActionAid conseguiu ajudar 450 famílias com cestas básicas. Mas a nossa atuação é fundamental nesse país para conter a violência de gênero. Uma das mulheres apoiadas, Jennifer Lawil, conta que o ambiente de casa se tornou tenso com a crise, e que ela foi vítima de agressão causada pelo marido.
Quando ele era violento, eu buscava o conselho local, que me direcionava para a ActionAid, pois, segundo eles, a organização já tinha experiência em ajudar famílias em conflito.
No Malawi, os centros de proteção à mulher têm servido de apoio para toda a resposta de emergência, com distribuição dos kits de higiene e programas de conscientização sobre os cuidados preventivos. Tiwonge Kumwenda Simkonda, gestora de comunicação da ActionAid em Malawi, explica que as atividades realizadas pelo programa de apadrinhamento foram suspensas, e que a verba foi destinada especificamente para as ações emergenciais contra a Covid-19.
Com a ajuda de nossos apoiadores, trazemos consciência sobre a Covid-19, ajudamos as famílias e possibilitamos uma resposta humanitária conduzida por mulheres.
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