• Por Casa e Jardim Online
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Miren Asiain (Foto: Divulgação)

Ilustração da artista Miren Asiain (Foto Divulgação)

A cidade que se quer, a cidade que se tem. Dia 30 de novembro acontece, na Praça das Artes, em São Paulo, o seminário Cidades Seguras para as Mulheres: Experiências e Práticas. O evento, realizado no âmbito da 11ª Bienal de Arquitetura de São Paulo, se propõe a pensar a adequação dos espaços urbanos para as necessidades de gênero, a fim de enfrentar o assédio e outras formas de violência, cada vez mais denunciadas por mulheres de todo o mundo.

Para fomentar o debate, a organização internacional de combate à pobreza ActionAid lançará, logo na mesa de abertura do seminário, o relatório "Cidade Para Quem?", que mede a situação da segurança urbana para as mulheres em dez países, inclusive o Brasil. O estudo tem como desdobramentos um ranking desses países e recomendações de medidas a serem adotadas pelos governos para tornar suas cidades mais seguras para as mulheres.

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Nomes como Amanda Lemos, coordenadora de Campanhas da ONU Mulheres e diretora do documentário Chega de FiuFiu; Ana Paula Ferreira, do Programa de Direitos das Mulheres da ActionAid; Ana Falú, ex-diretora regional da ONU Mulheres; a vereadora de São Paulo Samia Bomfim; Ana Cláudia Rossbach, representante para a América Latina da Cities Aliance e da Plataforma Global pelo Direito à Cidade; e Alessandra Almeida, da Marcha de Mulheres Negras, participarão das mesas de debate.

Elas estão divididas em quatro temas:
1 Os desafios urbanos das mulheres em dez países do sul global.
2 A adequação dos serviços públicos às necessidades de gênero.
3 A ação das mulheres na transformação das cidades.
4 A participação das mulheres no planejamento urbano.

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"É muito importante ocupar uma das maiores metrópoles do mundo com um debate urgente como este. As mulheres sofrem violações de direitos diariamente ao transitar pelas ruas de suas cidades. E isso tem a ver com a cultura do estupro, e também com a adequação dos espaços e serviços públicos para as necessidades de gênero", afirma Ana Paula Ferreira, coordenadora do Programa de Direitos das Mulheres da ActionAid e organizadora do evento. "Ruas escuras, ônibus lotados e uma polícia despreparada são alguns dos exemplos de como os serviços impactam a vivência das mulheres nas cidades. Precisamos falar sobre isso", complementa.

Maíra Fernandes, do núcleo curatorial da 11ª Bienal de Arquitetura, comenta: "Em uma cidade com tantos muros e empenas cegas, com poucas janelas abertas para a rua, na qual as pessoas optam, com frequência, por isolar-se em condomínios fechados, a estrutura urbana é intimidadora para mulheres. Um agravante desta percepção é, por exemplo, a forma como grandes infraestruturas urbanas monofuncionais são implementadas em nossas cidades, criando espaços áridos, e que não contemplam o desenho urbano comprometido com a escala e vivência humana".

Para Maíra, ouvir as mulheres sobre suas necessidades nas cidades é fundamental:
"Quais são as práticas projetuais e que desenho de espaço urbano pode promover a efetiva liberdade da experiência da mulher na cidade? Como políticas públicas informadas pela experiência de mulheres podem impactar no desenho da cidade, visando o bem-viver da mulher? Este seminário propõe discutir esta cidade inóspita e pensar em desenhos possíveis para alcançar uma cidade inclusiva, baseada na experiência feminina".

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O seminário Cidades Seguras para as Mulheres: Experiências e Práticas acontece durante os 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher, celebrados internacionalmente entre o 25 de novembro e o 10 de dezembro.

SERVIÇO
Bienal de Arquitetura

Seminário Cidades Seguras para as Mulheres
Quando: 30 de novembro, a partir das 10h
Onde: Praça das Artes, Avenida São João, 281
Saiba mais em www.11bienaldearquitetura.org.br

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